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Análise – Disney mistura ambientes e pessoas reais a uma boa dose de CGI em “Pinóquio”

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(Foto: Disney Enterprises, Inc. / Divulgação)
(Foto: Disney Enterprises, Inc. / Divulgação)

Existe um movimento na indústria cinematográfica que é impossível não notar e difícil frear, ainda que sua necessidade seja questionável: a constante transformação de animações clássicas em live-actions. The Walt Disney Studios é um dos maiores mestres do assunto — se não o maior.

Vilões e heróis das mais famosas histórias do estúdio, incluindo Peter Pan, Malévola, Cinderela, Aladdin e Cruella de Vil, podem ter sido conhecidos em forma de desenho, mas viraram carne e osso nos últimos anos. Eles voltaram às telas dos cinemas e dos streamings habitando corpos e tomando emprestadas vozes de estrelas de Hollywood. Agora, é a vez de lendário personagem Pinóquio.

É claro que, quando se trata de um boneco de pinho, complica-se esse lance de carne e osso. Tendo isso em vista, o diretor norte-americano Robert Zemeckis faz do remake de “Pinóquio” um live-action que se sustenta em CGI: ambientes e pessoas reais se misturam aos efeitos digitais, com toda a qualidade gráfica que a Disney é capaz de oferecer.

Pode ser estranho assistir ao Geppetto, artesão interpretado por ninguém menos que Tom Hanks nesta versão, interagindo com Pinóquio, puro pixels com voz de Benjamin Evan Ainsworth. Mas é, no mínimo, interessante observar como técnicas meticulosas de computação gráfica fazem pingos de chuva parecerem perfeitos ou chapéu e luvas da marionete parecerem de pano.

Um dos pontos altos do design de produção é a oficina/casa de Geppetto, com seus especialíssimos relógios de cuco, que traçam referências a filmes da Disney, na parede e outras criações. Também há um cuidado sonoro: cada movimento de Pinóquio, como o simples andar ou o giro de sua cabeça, é seguido de um som que “comprova” que ele é, sim, de madeira.

Esses detalhes estão presentes do início ao fim do filme, já disponível no catálogo da Disney+, enquanto resgata a trama da animação de 1940. Não há muitas novidades narrativas, a não ser um certo aprofundamento no passado de Geppetto, que, aqui, sofre por um filho e uma esposa que perdeu.

O artesão é um homem solitário, que não deixa seu lar há anos e fala com o gato Fígaro e o peixe Cléo como se fossem gente de verdade. Quando nota uma “estrela dos desejos” no céu, ele faz um pedido – e a Fada Azul, vivida por Cynthia Erivo, dá vida ao recém-criado boneco Pinóquio.

Ela promete que o menino de pinho pode se tornar um menino de verdade, caso prove que é corajoso, honesto e generoso e aprenda as diferenças entre certo e errado. A fada ainda designa o divertido Grilo Falante, dublado por Joseph Gordon-Levitt, como sua consciência nessa jornada, além de cantar, lindamente, o clássico “When You Wish Upon a Star”.

Logo começam as aventuras de Pinóquio, as mesmas da animação de 82 anos atrás. Enquanto tenta virar menino e orgulhar o pai Geppetto, ele encontra alguns obstáculos: é enganado por uma raposa, sequestrado por um marionetista, levado à Ilha dos Prazeres e engolido por um monstro marinho.

São tantas as manipulações e dificuldades, que, diante de uma vulnerabilidade e de uma fofura dignas de uma criança de carne e osso, o sentimento é de pena pelo boneco. A boa notícia é que “Pinóquio” é um conto de fadas com final feliz — e quem não gosta de ver um final feliz?

*A Disney+ liberou o filme antes da estreia, para a repórter elaborar o conteúdo deste texto.

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