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Edgar Moura, viúvo de Gilberto Braga, volta a criticar o remake de “Vale Tudo”: “Acho que faltou talento”
O decorador Edgar Moura Brasil, viúvo do autor Gilberto Braga (1945–2021), não poupou críticas ao remake de “Vale Tudo”, escrito por Manuela Dias. Após compartilhar sua desaprovação nas redes sociais, ele deu uma entrevista à Folha de S. Paulo e afirmou que a nova versão da trama “não teve respeito algum pela obra original — ao contrário, foi destruída”.
“Acho que Gilberto não teria gostado nada. Gilberto era um profundo conhecedor do ser humano, um homem culto e de bom gosto. Jamais teria construído personagens tão tacanhos e incoerentes”, afirmou.
Para o decorador, a essência da obra original — a reflexão sobre se “vale a pena ser honesto no Brasil” — se perdeu completamente na releitura. Ele lamenta a falta de profundidade nos diálogos e a ausência de coerência nos personagens:
“Fico triste em ver que a proposta original se perdeu, junto com as qualidades de dramaturgia da novela. O tema continua atual, basta ver os escândalos recentes de corrupção e falsificação. Gilberto, Aguinaldo [Silva] e Leonor [Bassères] eram geniais nesse olhar sobre o país.”
Entre as principais críticas, Edgar aponta a transformação da vilã Odete Roitman, que considera a pior mudança do remake.
“A adaptadora [Manuela Dias] se justifica dizendo que humanizou a personagem, mas acredito que ela não tenha ideia do que seja humanização. A Odete Roitman criada por Gilberto, Aguinaldo e Leonor era humana o suficiente dentro de sua maldade. Ela se preocupava com os filhos e jamais deixaria um filho morrer para esconder um crime do passado. Muito menos colocaria um filho deficiente morando em uma choupana no meio do mato. Humanizar uma personagem não é emburrecê-la.”
Edgar, que hoje é casado com o advogado Cristhian Vieira, revelou que assiste apenas a alguns trechos do remake pela internet e considera o nível atual das novelas “infinitamente inferior” ao das décadas passadas.
“E isso não é nostalgia, é uma constatação. Faltou talento, humildade, elegância nos diálogos e conhecimento dos grandes clássicos da literatura e do cinema.”
Pelo visto, a homenagem acabou se transformando em polêmica — e deixou claro que, para o viúvo do autor, o legado de “Vale Tudo” merece muito mais cuidado e respeito.