Voltar para o topo

Agora você pode adicionar o PapelPop a sua tela inicial Adicione aqui

(Foto: Andy Santana/AgNews)
(Foto: Andy Santana/AgNews)
deu no feed

Mauricio de Sousa se candidata à Academia Brasileira de Letras; veja

Ícone quadrinista e escritor do Brasil, Mauricio de Sousa quer ocupar a cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras. Ele confirmou sua candidatura ao posto por suas redes sociais nesta quarta-feira (15).

“A candidatura à ABL é para reunir esforços com todos os acadêmicos em levar a importância desta entidade secular para que crianças e jovens conheçam mais a nossa literatura e grandes autores que por lá estão e já estiveram”, afirmou ele.

Confira a postagem aqui:

Segundo a Veja, em matéria publicada nesta quarta-feira (15), o criador do universo da “Turma da Mônica” enviou uma carta ao presidente da ABL, Merval Pereira, na semana passada, demonstrando o interesse em ficar com a vaga de Cleonice Berardinelli, que morreu em janeiro de 2023.

A cadeira que será disputada por Maurício de Sousa tem como patrono o advogado, magistrado e poeta Cláudio Manoel da Costa.

Além da última ocupante, o posto já teve como ocupantes Alberto de Oliveira, Oliveira Viana, Austregésilo de Athayde, Antonio Callado e Antonio Olinto.

Neste ano, Mauricio comemorará os 60 anos da criação da sua personagem mais famosa, Mônica, e se prepara o lançamento de uma cinebiografia sobre sua vida para 2024.

Confira a íntegra da carta de candidatura de Maurício de Sousa à ABL:

“Ao Ilustríssimo Sr.

Merval Pereira

Presidente da Academia Brasileira de Letras,

Eu tinha entre quatro e cinco anos de idade quando vi uma revista em quadrinhos caída na calçada. Aquelas ilustrações me alegraram de tal forma que pedi aos meus pais que lessem pra mim. Eles começaram a me trazer mais revistinhas de quadrinhos. E toca ler pra mim. Até que minha mãe, muito ocupada com outros afazeres, resolveu me alfabetizar. Em três meses eu já sabia ler e aí foi uma revolução em minha vidinha de criança. Só sei dizer que depois dos gibis fui para os livros de Lobato e na juventude já era rato de biblioteca. Lia um livro por dia. Eça de Queiroz, Machado de Assis, Raquel de Queiroz, Guimarães Rosa… Hoje, aos 87 anos e sendo autor de criação de uma turminha viva vejo o mesmo acontecer em milhões de crianças pelo Brasil sendo estimuladas à leitura pelos quadrinhos e a se alfabetizarem até antes da escola. Em meus encontros nas bienais do Livro e pelas escolas do Brasil peço que quem aprendeu a ler com a Turma da Mônica levante a mão. Todos se levantam. Claro que alguns para me agradar, mas todos se sentem infectados pelo bichinho da leitura.

Penso que nossa função, como autores, é criar novos leitores.

A ABL é o centro de valorização, não apenas do autor brasileiro, mas do leitor. Sem leitor não há a mágica da literatura. E para se conquistar o leitor, a melhor época é a infância. E este o será para sempre. A Turma da Mônica hoje está em todas as plataformas de comunicação, para não deixar escapar a conexão que o futuro cobrará de todos. Posso dar esta contribuição para que o trabalho da ABL pelo estímulo à leitura por meio de seus imortais seja mais e mais reconhecido, aproximando os leitores dos nossos clássicos também por meio dos quadrinhos.

Nossos personagens, por esta razão, são emprestados às campanhas importantíssimas no Brasil e no mundo. Projeto com a ONU mulheres e o UNICEF. Em parceria com a UNESCO, ressaltando o direito humano à alfabetização. No projeto Donas da Rua, foram homenageadas diversas escritoras brasileiras, como Clarisse Lispector, Maria Firmina dos Reis e Lygia Fagundes Telles. Personagens criados para melhor informar o que é a empatia e a inclusão, como Luca (um garoto que usa cadeira de rodas) e Dorinha (menina cega inspirada em Dorina Nowill), aproveitando a turminha como fonte de credibilidade para gerar a solidariedade e disseminar ensinamentos sobre os muitos amiguinhos com alguma deficiência. Crianças e jovens precisam não apenas serem informados como formados pela magia da literatura e seus incríveis personagens.

voltando pra home