O cinema brasileiro vive uma fase bonita lá fora. Na última segunda-feira (13), por exemplo, foi revelada a lista com os indicados ao Oscar, que traz duas produções nacionais na disputa: “Dois Papas”, longa de Fernando Meirelles, concorre a Melhor Roteiro Adaptado; “Democracia em Vertigem”, da cineasta Petra Cotes, por sua vez, aparece na corrida pelo troféu de Melhor Documentário.
Foram muitos os filmes lançados no último ano e, consequentemente, seus elogios. Quem chegou a ver “Marighella” nos poucos festivais em que estreou no exterior diz que o longa seria um sucesso – tanto que chegou a ser aplaudido de pé no Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale. O longa, entretanto, teve sua estreia cancelada no país após uma treta envolvendo a Ancine, a Agência Nacional do Cinema.
Na ocasião, foi negado um pedido da produtora O2, responsável pelo filme, que visava recursos a serem empregados na distribuição da obra. Conforme Moura disse à época, os entraves e as barreiras impostos tiveram motivação política, de modo que o governo, desta forma, passava “a aparelhava as instituições e a censurar produções artísticas”.
Em entrevista ao UOL nesta terça (14) o diretor Wagner Moura foi questionado a respeito da possibilidade, ainda que distante, de levar a película às telas. Em resposta, disse que não descartou a ideia e que segue confiante.
“Tenho procurado bastante [apoio]. Não ganhei um tostão com o ‘Marighella’, nunca recebi um centavo por esse filme. Pelo contrário, sempre investi no filme, não fui remunerado como produtor, diretor ou roteirista. As pessoas que veem o filme não acreditam que foi feito com a quantidade de dinheiro que a gente usou. Mesmo assim, sigo empenhado. Se tivesse esse recurso, eu botaria pra ver o filme acontecer no Brasil.”
Ele também voltou a comentar sobre a denúncia que fez anteriormente, alegando censura.
“Como grande empresa, a [produtora] O2 não pode chegar e dizer que a Ancine censurou o filme. Mas eu posso. Sustento o que já disse. É uma censura diferente, mas é censura, que usa instrumentos burocráticos para dificultar produções das quais o governo discorda. Não há uma ordem transparente por parte do governo para que isso aconteça, no entanto já vimos o presidente publicamente dizer que a cultura precisa de um filtro”.
Com Seu Jorge no papel principal, o filme remonta os dias de luta do ex-deputado, poeta e guerrilheiro Carlos Marighella, assassinado pela ditadura militar em 1969. A produção estrearia no país em novembro do ano passado, mês em que se celebra a Consciência Negra.
Assista ao trailer:
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