A coisa pode ficar bem ruim muito em breve para futuras séries e próximas temporadas de produções televisivas nos Estados Unidos. Isso porque 96% dos membros do Sindicato de Roteiristas de Hollywood votaram a favor de uma greve contra as produtoras e estúdios (via The Hollywood Reporter).
Agora, se o Sindicato não chegar a um acordo com a Alliance of Motion Picture and Television Producers, que representa as grandes emissoras e estúdios em Hollywood, haverá uma paralização dos roteiristas a partir do dia 2 de maio.
Por que isso está acontecendo? O Sindicato quer, entre outras exigências, maior salário, pagamento a mais por séries disponíveis em serviços de streaming como Netflix e Amazon, e melhorias no plano de saúde.
Um outro ponto importante é a redução de episódios por temporada. Antes era normal séries produzirem de 22 a 24 episódios; agora, 8, 10 ou 13 episódios estão muito mais comuns, e os roteiristas estão trabalhando por mais tempo para escreverem menos. A Variety conta que em temporadas de 10 episódios, roteiristas podem trabalhar por seis meses ganhando menos de U$ 30 mil por cada episódio.
A Alliance of Motion Picture and Television Producers disse em comunicado:
“As empresas estão focadas em chegar a um acordo que mantenha a indústria trabalhando. A greve de 2007 machucou a todos. Roteiristas perderam mais de U$287 milhões em compensações que nunca foram recuperadas, acordos foram cancelados, e muitos roteiristas pediram empréstimos para se manterem.”
Essa greve anterior citada foi beeeem tensa. Ela durou de novembro de 2007 até fevereiro de 2008 e afetou séries como “How I Met Your Mother”, “Gossip Girl”, “Grey’s Anatomy”, “Lost”, “Breaking Bad”, “30 Rock, “Supernatural” e várias outras, além de talk-shows como o de David Letterman e de Jon Stewart.
Temporadas foram reduzidas, episódios foram atrasados, séries foram canceladas e equipes foram demitidas por conta da greve. Foi treta, gente! Naquela ocasião, 90% dos membros do Sindicato votaram a favor da paralização. Quer dizer, se 96% votaram “sim” agora…
Caso a greve aconteça de fato, séries com roteiros já finalizados e episódios gravados não serão afetadas (por exemplo, “Game of Thrones”, que já filmou toda a sétima temporada) – só se as histórias precisarem de mudanças, aí sim. O problema está nas produções futuras, como novas séries e próximas temporadas que ainda não começaram a ser produzidas. Todas essas estão correndo risco, e a gente só vai saber as consequências quando (se) a paralização ocorrer mesmo.
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