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(Foto: Leo Aversa/Divulgação)
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música

Adriana Calcanhotto retorna como Partimpim aos palcos: “Que nosso lado criança possa aflorar!”

Quinze anos se passaram desde a última aparição de Adriana Calcanhotto como Adriana Partimpim nos palcos. Isso, no entanto, está prestes a mudar com a turnê de “O Quarto”, álbum que chegou em 2024 e deu continuidade ao trabalho da cantora e compositora de 59 anos sob o heterônimo infantil criado nos anos 2000.

O primeiro gostinho do novo espetáculo acontece no festival Doce Maravilha, no Rio de Janeiro, neste apropriado Dia de Cosme e Damião (27), prometendo uma visita ao “quarto” da Partimpim com músicas de toda a sua discografia e um visual lúdico. A estreia em si fica para outubro, às vésperas do Dia das Crianças, em Maceió.

O show também tem passagens confirmadas por São Paulo, Salvador, Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba e mais capitais do Brasil, levando o projeto infantil de Calcanhotto a não só reencontrar um público que foi criança 15 anos atrás, como também conhecer uma outra geração.

Segundo ela, o desejo é que “a música seja ouvida e assistida com prazer. Não é só para as crianças, com os adultos ficando entediados. É um negócio para crianças de qualquer idade, para que aquele lado criança de todo mundo possa aflorar”.

Em entrevista concedida ao Papelpop, Adriana Calcanhotto, ou melhor, Adriana Partimpim detalha seu retorno com a primeira turnê em quase duas décadas, reflete sobre a importância de alcançar as “crianças de qualquer idade” e relembra a própria infância regada a “música boa”.

Leia abaixo!

Papelpop – A turnê “Adriana Partimpim: O Quarto no Palco” marca o retorno da Partimpim depois de 15 anos longe dos palcos. O que te motivou a retomar esse projeto?

Adriana Partimpim – Eu fiz um álbum [“O Quarto”] no ano passado porque o que me deu vontade, em primeiro lugar, foi gravar. [Ter passado] 15 anos fora dos palcos significa que eu fiz o terceiro álbum [“Partimpim Tlês”] sem shows. Eu sou uma só (risos) e tinha os compromissos de Adriana Calcanhotto, vamos dizer assim. Mas fazendo o novo disco, é evidente que a pergunta imediata que vem é se tem show. Eu me animei com a ideia, achei que era bacana e que era o momento, tendo feito um quarto álbum e um repertório suficiente.

PP – Voltando depois de tanto tempo, o que você mantém de essência e o que você traz de novo como a Partimpim?

AP – A essência são aquelas mesmas características da Partimpim: o mundo lúdico e o desejo de que a música seja ouvida e, no caso de show, assistida com prazer, com todo mundo gostando. Não é só para as crianças, com os adultos ficando entediados. É um negócio para crianças de qualquer idade, para que aquele lado criança de todo mundo possa aflorar. E é boa música. Esse é o mote. Essa é a natureza da Partimpim. Essa é a essência – e não muda!

O que vem de novo são as coisas do espetáculo: o cenário de Daniela Thomas, a comunicação com o figurino – que é, sem querer dar muitos spoilers (risos), muito pensado dentro dessa essência – e uma combinação de visualidades. Tem gente com quem eu já trabalhei, mas não como a Partimpim. Tem gente com quem estou trabalhando de novo como a Partimpim. Tem uma mistura. Tem de tudo um pouco, o que eu acho que dá uma soma muito interessante de diferentes relações que as pessoas têm com a Partimpim e faz uma coisa diversa dentro dos pontos de vista que montam o espetáculo. Além disso, o espetáculo todo é basicamente a Partimpim fazendo um show dentro do quarto dela.

PP – É muito interessante quando você fala que a Partimpim é para “crianças de todas as idades”. É um chamado para nós, adultos, não nos esquecermos e honrarmos nossa própria criança interior, a criança que um dia fomos e ainda guardamos no peito?

AP – Eu gosto disso. Sempre me conectei e continuo me conectando com esse público muito bem. Aí vai ter essa coisa das pessoas que eram crianças quando Partimpim nasceu e fez show, mas que agora vão levar suas próprias crianças para o show. Isso também é novo, né? Sei que vai acontecer porque tenho recebido muitos recados. Estou me preparando para isso. Vai ser lindo, forte!

PP – Muita coisa mudou desde o nascimento da Partimpim nos anos 2000, impactando, inclusive, a infância e a forma de consumirmos música, principalmente com a presença constante da tecnologia e da internet. Para você, hoje, qual é a importância de fazer um trabalho musical que alcance as crianças?

AP – Eu acho que sempre foi importante. As inspirações da Partimpim são artistas como Braguinha, Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Toquinho, além dos poetas Manuel Bandeiras e Cecília Meireles. Foram pessoas que fizeram trabalhos, discos e livros inteiros para crianças especificamente. Eu me inspirei nesses trabalhos, no sentido de que ouvi muito e fui formada por alguns deles.

(Foto: Leo Aversa/Divulgação)

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PP – Falando sobre infância e música… você, particularmente, tem alguma lembrança musical desse período da vida que te marcou?

AP – Eu tive o privilégio de ter pais que ouviam muita música. Minha mãe era bailarina e coreógrafa, enquanto meu pai era músico, então, além de ouvir, tocava música. Quem trabalhava na casa, babá ou pessoas da limpeza, ouvia rádio popular, o que foi uma coisa que me formou também. Criei esse ouvido de rádio popular, tenho antena e essa paixão por isso. Então tive a sorte de ter um espectro muito amplo de música em um tempo sem internet. Ouvia discos de jazz, ouvia meu pai ensaiar, ouvia as trilhas sonoras de novela que minha avó acompanhava, com Gal Costa cantando não-sei-o-quê e Maria Bethânia cantando não-sei-o-que-lá. Tive um jeito múltiplo de ouvir música.

PP – Uma formação eclética, né?

AP – É, e muitas memórias diferentes por causa disso. Agora, a memória principal: eu gostava de música boa. Me identificava com aquelas musiquinhas feitas para criança porque gostava de música legal. Também gostava de Miles Davis e jazz, gostava de “Devolva-me” [de Renato Barros e Lilian Knapp]. Gostava de música que falasse comigo.

PP – E o que ainda existe da sua criança na Adriana de hoje?

AP – Eu exerço a minha criança hoje na Partimpim. Eu tenho essa possibilidade. Eu saio de casa para brincar de ensaiar e fazer shows brincando de fazer música. Isso dá um respiro para nós, profissionais de música. Fazemos músicas porque escolhemos e gostamos de fazer isso, mas a Partimpim contamina tudo com uma energia mais solta ainda. Ninguém sai de casa para trabalhar com a Partimpim – a gente sai para brincar com ela. Esse é o lance do show, eu acho. A gente se diverte muito fazendo, então ainda bem que teve gente para assistir, gente com quem a gente pode compartilhar. É uma farra (risos).

PP – Para esse show, então, o que você tem planejado a nível de repertório? A Partimpim se mistura à Calcanhotto?

AP – O repertório é dos quatro álbuns e mais duas canções, “As Borboletas” e “O Gato Pensa”. Cada música tem uma cara, um astral, uma vestimenta. A única que cabe no repertório Calcanhotto é “Fico Assim Sem Você”. O resto é da Partimpim.

PP – Você vai levar essa turnê a várias capitais do Brasil, com o pontapé no Doce Maravilha. Isso é bem legal porque festivais costumam ser uma vitrine de artistas e trabalhos, sejam iniciantes ou já consolidados. Como é a sua relação com esse tipo de apresentações?

AP – Chama-se Doce Maravilha! E a Partimpim vai tocar no dia de Cosme e Damião! É muito auspicioso, é um axé a gente se apresentar antes da estreia, com um show de 1h, nesse festival e nesse dia. Cosme e Damião é muito forte aqui no Rio. É uma coisa do Rio, para o Rio. É o pontapé inicial mesmo. A gente tem surpresas para a estreia porque é um show completo, maior e tudo. Mas a gente está muito animado de fazer a pré-estreia no Doce. Doce Maravilha… é lindo esse nome (risos).

No dia 11, [tem a estreia] em Maceió. No dia 12, Dia das Crianças, já é Aracaju. Vai ter um diálogo artístico com o mestre Jasson, [um artesão] que é de Belo Montes, em Alagoas, além de outros artistas populares brasileiros.

PP – Está ansiosa?

AP – Estou muito feliz, contente. [O show] está bacana, bonito, animado, divertido. Acho que a gente vai passar muita alegria, muita satisfação de estar fazendo música juntos. Tudo isso que é o que a Partimpim quer passar, vai passar.

(Foto: Leo Aversa/Divulgação)

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