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Foto: Divulgação
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Fafá de Belém estreia em “Irmão do Jorel”: “Tenho 68 anos, mas a criança caminha comigo”

Um dos maiores sucessos da animação brasileira, “Irmão do Jorel” ganha em sua quinta temporada uma personagem especial.

Entra na trama a Fafadi, que chega como símbolo dos dez anos do projeto e se apresenta como uma grande amiga da Vovó Juju. Sendo ela a guardiã da sabedoria da Floresta Amazônica, sua irreverência se expõe na risada única.

Só poderia ser ela dublada por ninguém mais, ninguém menos que Fafá de Belém.

Como conta o criador da série, Juliano Enrico, as aparições da voz da artista eram algo recorrente em seu processo criativo. Faltava apenas encontrar o episódio certo para encaixá-la.

“Vê-la cantando e interpretando foi surreal, foi lindo. Trouxe muita espontaneidade pro tema delicado que eu gostaria de abordar”, explicou.

“A coisa mais maravilhosa é uma transversalidade de geração, não é? Tenho 50 anos de carreira, tenho 68 anos de idade e ter sido chamada para fazer um projeto infantil é muito importante para falar para um público que nem sabe, nunca ouviu falar de mim, ou talvez, no caso dos adolescentes, as avós” — Fafá de Belém

Em conversa com o Papelpop, a cantora, consagrada intérprete sui generis do Brasil, repassa sua relação com as animações, a convivência com as netas Laura (13) e Julia (9), bem como sua própria relação com a infância.

Papelpop — De que forma recebeu esse convite? Tinha ou ainda tem o hábito de assistir desenhos animados?

Fafá de Belém — Eu fiquei super surpresa e amei. Eu adoro desenho animado – sempre adorei. Aliás, uma das minhas lembranças mais remotas é meu pai deixando eu e meu irmão, eu com oito anos e ele com 10 anos, no cinema para assistir “Tom & Jerry”. Ele deixava a gente lá e ia nos buscar depois. Eu tinha uma sensação de imensa liberdade.

Papelpop — A experiência como cantora teve alguma influência na hora de realizar o processo de dublagem?

Fafá de Belém — São coisas diferentes. O trabalho de voz original e até o de dublagem fazem com que você tenha que se adequar ao personagem. Para mim, cantar é um processo mais fácil e natural, desde criança. E o processo para fazer essa participação na animação é bem mais delicado, é um outro segmento. Mas é muito bom!

Papelpop — Pode contar um pouco mais sobre sua relação com a personagem, Fafadi? O que mais chamou a atenção na abordagem dada pelos criadores?

Fafá de Belém — Eu acho muito lindo. Eu sou uma mulher amazônica, há 50 anos trago “Belém” no meu nome e gravo com compositores amazônicos. Eu falo da Amazônia desde sempre, antes de estar na moda. Eu fiquei muito honrada de ter sido convidada para fazer uma fadinha em um desenho de criança e trazer a Amazônia para as crianças. Eu amei e quero mais projetos assim.

Papelpop — Já tinha recebido convites anteriores para trabalhar em produções infantis? O que mais acha interessante em projetos como este?

Fafá de Belém — Sim, recebi convites para participar de outras produções infantis e o interessante é que todas elas têm a abordagem de ser um personagem que conhece profundamente os segredos da floresta, como a Fafadi. A coisa mais maravilhosa de você trabalhar com um projeto para criança, para adolescente, é uma transversalidade de geração, não é? Tenho 50 anos de carreira, tenho 68 anos de idade, então, ter sido chamada para fazer um projeto infantil para mim é muito importante, para falar para um público que nem sabe, nunca ouviu falar de mim, ou talvez, no caso dos adolescentes, as avós. Meu sonho é fazer um musical, um desenho animado, enfim, falando para a criança de lendas amazônicas. Esse é um sonho que tenho.

Papelpop — Você é avó coruja de duas meninas. Como busca passar o tempo com elas?

Fafá de Belém — Bom, eu adoro estar com elas de qualquer forma. Eu gosto de estar com elas aqui em casa, passeando, contando histórias, indo ao cinema, indo ao teatro, indo para musicais, viajando. Estar com elas é sempre muito bom, até pelo telefone. Eu não gosto muito de mensagens, eu gosto de ver a imagem, eu gosto de ouvir a voz. Então, quando estou com muita saudade, entro em uma chamada de vídeo para ver elas e abraçá-las mesmo que seja virtualmente.

Papelpop — Fico pensando também em como foi a sua infância. É um período que te traz boas memórias? O que ainda há daquela Fafá que foi criança no seu presente?

Fafá de Belém — Existe aquela menina. Eu acho que a coisa mais forte que a minha infância deixou em mim foi uma criança plantada em mim. A curiosidade, o não me levar muito a sério, rir das coisas, rir de mim, rir de coisas risíveis e olhar com frescor para as coisas, entendeu? Eu tenho 68 anos, mas a criança caminha comigo. Eu acho que é a coisa mais importante. Sinal de que a minha infância foi muito sólida, muito feliz com meus irmãos, minha família, meus amigos, e ela caminha comigo.

Papelpop — É interessante pensar o papel lúdico das animações, ao mesmo tempo em que também temos um problema de superexposição dos pequenos. Muitos passam boa parte do tempo diante das telas, é algo cada vez mais natural. Como observa esse movimento?

Fafá de Belém — Quando você tem desenhos e tem programas infantis, você cria o lúdico. É diferente dessa superexposição e das facilidades do celular. Eu acho que as crianças têm que ter menos acesso ao celular, sempre achei. O celular pode levar os pequenos para lugares que não são apropriados, e, principalmente, para o jogo, que é, para mim, o grande mal desse momento: crianças viciadas em jogos. Então, eu acho que restringir o uso do celular para a criança é muito mais saudável.

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Os novos episódios de “Irmão do Jorel” estão disponíveis na Max.

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