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A nova Kika Boom chegou: artista fala sobre redescoberta, disforia, referências e o processo por trás de “Frente ao Oposto”, novo trabalho da drag queen goiana

Se tem uma coisa que Kika Boom sabe fazer é se reinventar. E agora ela está pronta para uma nova virada. A cantora, drag queen, compositora e produtora acaba de lançar seu EP “Frente ao Oposto”, um trabalho que marca uma fase de autoconhecimento, vulnerabilidade e experimentação sonora. Em bate-papo com o Papelpop, ela contou que esse projeto representa “a chance perfeita para se reapresentar para as pessoas”. Confira a entrevista completa aqui:

PAPELPOP: Depois de dois anos parada, o que te fez sentir que agora era o momento certo pra voltar e de que forma esse retorno representa uma mudança não só sonora e visual, mas também pessoal pra você?

Kika Boom: Eu sentia que eu tinha atingido um limite criativo. Eu queria me desafiar, trazer novas composições, novos sons, começar a refletir os meus gostos pessoais na minha música, no meu trabalho. Porque eu tinha percebido que eu nunca tinha feito uma música sobre mim, assim. Compondo para outros artistas, como a Urias, como a Pabllo Vittar, como, enfim, a Reddy Allor, a Grag Queen, eu sentia que eu conseguia ouvir muito bem essas pessoas, mas quando chegava a minha vez de fazer isso para mim, eu não conseguia, sabe? Eu tinha bloqueios.

Você mencionou colaboradores que também estiveram nos projetos da Luísa Sonza, Priscilla e João Lucas. Como essas trocas influenciaram o som e a direção do seu novo EP?

O “Frente ao Oposto”, ele tem produção do Carlos Bezerra, e ele produziu algumas faixas, né, do Escândalo Íntimo da Luísa, da Priscila também, do João Lucas. E não necessariamente foram influências para o disco, assim. Eu acho que o que mais contou para que essa parceria desse certo foi muito os dois lados se ouvirem. Eu consegui trazer referências que eu escutava quando eu era criança. Foi tanto em Michael Jackson, anos 80, quando eu gostava de assistir, por exemplo, o filme “Moonwalker”, quanto também de Troye Sivan, ali em 2014, 2015, quando eu gostava de ouvir o “Blue Neighborhood”.

Os quatro mini filmes que acompanham o lançamento contam uma narrativa em capítulos, certo? O que essa história revela sobre a “nova” Kika Boom?

As quatro faixas, elas ganharam quatro visuais, assim, que vão sair também junto. É uma narrativa que ela é dividida em capítulos, então cada faixa representa um capítulo dessa narrativa do “Frente ao Oposto”, que é basicamente a narrativa para eu chegar nesse EP. Para eu chegar nesse resultado, eu precisei me estudar, olhar para mim e me acostumar com a minha própria imagem, porque foi um período de muita disforia também.

Eu vinha de uma era em que eu usava muito corset, muito cabelo. Era tanta coisa que parecia esconder alguma coisa. Por mais que eu esteja, por exemplo, agora com camisetas grandes e, sei lá, coisas maiores, mais oversized, eu sinto que eu estou me escondendo menos. É engraçado isso.

Esse projeto marca uma nova postura sua como artista. O que muda na forma como você quer se comunicar e se conectar com o público daqui pra frente?

Cara, essa é a chance perfeita para eu me reapresentar para as pessoas, tanto como artista, quanto como pessoa também, porque esses dois universos, para mim, agora estão bem fundidos. Eu não preciso mais vestir alguma máscara, mesmo que seja invisível, para conversar nos stories, para dar essa entrevista, para, enfim, estar fazendo a minha arte, os visuais, os shows e tudo.

Eu espero muito que as pessoas compreendam isso, me acessem de verdade pela primeira vez. Eu acho que quando elas ouvirem as músicas e verem os visuais, elas vão captar isso de tipo, nossa, acho que a Kika realmente se encontrou.

Agora sobre o futuro, você acha que essa nova fase é um ponto de virada ou o primeiro passo de algo ainda maior?

É o pontapé inicial para o som que eu quero trazer daqui para frente, para as composições que eu quero trazer aqui para frente.

Agora que eu abri esse portal de me ouvir e de me acessar e de saber como colocar cada coisa no lugar e mostrar isso para as pessoas, eu acho que é um caminho sem volta, assim. Eu acho que daqui para frente vai ser só para frente mesmo.

Quer saber mais? Confira aqui e veja os vídeos da entrevista:

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