Stefanie, há 20 anos no rap nacional, terá disco de estreia com produção de Daniel Ganjaman

Não ser convidada para as festinhas de escola na infância, o amigo que é confundido com um segurança de shopping quando veste um terno, a amiga advogada que sempre se “parece” com a secretária.

Entre as próprias memórias e relatos dolorosos ao seu redor, um mesmo pano de fundo: o racismo. É com este tema que Stefanie, cantora, compositora e rapper, versa em “Desconforto”, single que estreou esta semana nas plataformas digitais, com direito a videoclipe no YouTube sob direção de Gabi Jacob.

A faixa estará no primeiro álbum solo da artista, que se chamará “BUNMI”. O disco foi feito com edital da Natura Musical, e estreará em 25 de abril.

O álbum tem produção de Grou e Daniel Ganjaman, que também assina a direção musical e é responsável por sucessos de nomes como Sabotage, Criolo e BaianaSystem.

“Essa música nasceu da dor, baseada em fatos reais. Essa experiência foi marcante na minha infância, a dor me acompanhou por muito tempo. Mas vi que não estava sozinha, amigos próximos também viveram experiências semelhantes. Tentei retratar essas histórias de forma que pessoas que não vivenciam o racismo no dia a dia possam entender como ele se manifesta em nossas vidas” — Stefanie

Assista ao videoclipe:

Quem é Stefanie? Vem saber a história dela!

Há 20 anos no mercado da música, mas só agora terá um disco para chamar de seu. Ela rima, ela compõe, ela: Stefanie, a MC com levada e métrica peculiares que se destaca não apenas por ser uma mulher negra no movimento hip hop, mas principalmente pela sua qualidade musical.

Nascida e criada em Santo André, foi influenciada pelos consagrados grupos de rap dos anos 1990 e, em 2004, decidiu ousar e criar a sua versão da história. Stefanie foi integrante dos grupos Simples, Pau-de-Dá-em-Doido e Rimas & Melodias, que moldaram sua trajetória e identidade no cenário musical, deixando uma marca de representatividade e força feminina no rap nacional.

Sua arte transborda atitude e ao longo de sua carreira, abriu shows de artistas consagrados como De La Soul, Talib Kweli e Pharoahe Monch, e teve seu reconhecimento ampliado através de participações em importantes projetos e festivais, como Brown Convida, Divas do Hip-Hop, Mineiro Beat, Bananada e SIM São Paulo.

Em 2019, participou do YouTube NextUp Artists e realizou shows ao lado de Luedji Luna para o lançamento do EP Mundo.

Em 2020, marcou presença na abertura do Mês do Hip-Hop no Theatro Municipal, com a Beat Brasilis Orquestra e Rincon Sapiência.

Gravou com artistas de peso da música nacional, como Emicida, IZA, Luedji Luna, Rashid, Kamau, MV Bill, Kmila CDD, Tássia Reis, Drik Barbosa, Lurdez da Luz, Max B.O., entre outros.

Também foi convidada a reescrever a track “Rua Augusta” no “Remixtape” de Emicida e participou do projeto “Criatividade Tropical: Abre as Portas para o Gueto” com curadoria de IZA, onde esteve na mini-série veiculada no Globo Play e na faixa intitulada “Na Atividade”.

Sua versatilidade também se reflete em colaborações mais românticas, como no single “Perto de Mim”, produzido por Sorry Drummer, com participações de Rashid e Tatiana Bispo, no single “Espelho”, ao lado de Drik Barbosa, e na track “Meu Fechamento”, com Jota.pê.

Em 2020, sua força no rap feminino a levou a ser convidada pela Budweiser para criar a música “Cypher das Minas”, ao lado de Drik Barbosa e Alt Niss, um projeto que ressaltou a presença feminina no rap nacional.

Em 2022, Stefanie retornou aos palcos com participações marcantes no show da banda Tuyo, no programa Hip-Hop Machine no Canal Bis, e também no Women’s Music Event, onde conversou sobre composições