Katy Perry recebe rajadão da Pitchfork por “Woman’s World”: “Catástrofe monumental”

É… ela se autossabotou.

Após receber uma dura crítica do jornal The Guardian em virtude do single “Woman’s World“, foi a vez de Katy Perry passar pelo crivo da revista Pitchfork. Conhecida por suas análises, a publicação definiu a faixa, que abre os trabalhos do LP “143“, como uma “catástrofe monumental”.

Em um texto publicado nesta sexta (12), o jornalista Shaad d’Souza destaca, sobretudo, o que definiu como uma espécie de rasura no discurso feminista adotado na composição, uma parceria de Perry com outros cinco compositores. Somente um deles, além da própria intérprete, é mulher, a também musicista Chloe Angelides. Além disso, entre o time de autores e produtores está Dr. Luke, que dispensa apresentações.

Mesmo que “Woman’s World” não desse a impressão de que sua autora precisasse que o feminismo fosse explicado a ela já no topo da primeira página do Google, sua mensagem de empoderamento soaria falsa, simplesmente porque foi coescrita e coproduzida por Dr. Luke, o produtor que Kesha acusou, em um processo que foi posteriormente arquivado, de abuso sexual e abuso emocional – alegações que ele nega. (…) “Woman’s World” revela ser uma catástrofe monumental: se Perry estava disposta a enfrentar a imprensa marrom, algo inevitável, ao fazer uma música sobre a libertação das mulheres com um suposto abusador, a música não deveria pelo menos ser um sucesso estrondoso? Em vez disso, é inimaginavelmente insossa, irritante na melhor das hipóteses”.

No mesmo embalo, d’Souza fala sobre eventuais incoerências criativas do projeto, que se pretende político, mas não consegue cumprir o que propõe.

“Quando se trata de política, Perry parece simplesmente entediada, tanto que um single de retorno intitulado “Woman’s World” parece uma conclusão inevitável. Quando ela descreve as mulheres como seres “tão inteligentes”, canta com um ritmo hesitante e involuntariamente condescendente, que não deixa outra opção senão assumir que ela está sendo sarcástica. Isso, sim, seria um bom truque”.

A resenha se encerra citando ainda eventuais comparações com a base de “Stupid Love”, single lançado por Lady Gaga quatro anos antes.

“Claramente inspirada na faixa da colega, que fez um retorno ousado dando início ao segundo ato de sua carreira, parece ter havido um erro de cálculo. “Stupid Love” funcionou não por causa de seu som, mas porque pegou os elementos essenciais da música de Gaga—letras ligeiramente sem sentido, conceito alucinante, uma luta geral com as vogais — e os elevou ao máximo. É intrigante por que Perry escolheria fazer seu comeback com uma música vagamente política — dá para perceber que ela simplesmente não gosta ou se importa com esse tipo de coisa”.

Para ler à íntegra do texto, em inglês, clique aqui. O novo disco de Katy Perry, “143“, chegará em 20 de setembro, mesma data em que a cantora se apresenta no Rock in Rio.

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