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Foto: Divulgação
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cinema

Entenda por que o filme “Segredos de um Escândalo” é um dos favoritos para a temporada de premiações

Chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 18 de janeiro o longa “Segredos de um Escândalo”, que traz como protagonistas as atrizes Natalie Portman e Julianne Moore, ambas vencedoras do Oscar. Na trama, atravessada por controvérsias, acompanhamos Elizabeth Berry (Natalie Portman), uma atriz consagrada que recebe a missão interpretar, em uma cinebiografia, a anônima Gracie Atherton-Yoo.

E é aí que as coisas começam a desandar nesse filme dirigido pelo genial Todd Haynes, mesmo diretor de “Carol” que também foi muito aclamado.

O filme está dando o que falar porque é baseado numa história real, que chocou os EUA nos anos 1990. Isto porque, em 1996, a cidade de Burien, ao Sul de Seattle, foi sacudida quando se tornou público o romance entre a professora Mary Kay Letourneau, de 34 anos, com um de seus alunos, Vili Fualaau, a sua vez com 12. A relação era extraconjugal.

Após vários anos de união, a chegada desta nova visitante faz com que seu companheiro repense os rumos de sua própria vida, além de observar como a curiosidade pode colocar em xeque os limites do público e do privado, embaralhando, na vida de sua esposa, o que é real e o que é ficcional.

Como a própria Portman afirma em uma das cenas do longa, “a moralidade questionável pode ser bem interessante“…

Quem já viu o filme, diz: as atuações de Portman e Moore surpreendem, de modo a destacar seu histórico em Hollywood, que volta e meia as convoca para alguns dos principais troféus do cinema, como o Oscar (ao qual ambas já foram indicadas), além de Globo de Ouro e SAG Awards.

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No filme, as situações se desenrolam no presente, em um período em que Gracie e o esposo se preparam para enviar os filhos para a universidade. Os dois se conheceram quando ela também era casada e tinham idades semelhantes à do casal que inspirou a produção.

À época em que o caso se tornou público, Letourneau foi presa e alegou em depoimento, defendendo-se das acusações de estupro, que não considerava seu relacionamento com o jovem aluno ilegal. Para a Justiça, ela argumentou que o próprio rapaz, que era seu aluno desde os 8 anos de idade, a havia procurado e, posteriormente, concordado com o namoro.

“Ela me disse que eles estavam apaixonados e que ele também queria o relacionamento. ‘Como isso pode ser crime?’, ela me perguntou (…)”, afirmou seu advogado, à ocasião, em entrevista à BBC.

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Acusada de violação em segundo grau de menor, ela também descobriu na prisão que estava grávida de uma menina. Após cumprir pena de 6 meses em regime fechado, ela foi liberada sob condições bastante rígidas – posteriormente, violadas por um encontro com Fualaau.

Novamente presa, foi a vez de cumprir um período mais longo em cárcere, desta vez por 7 anos e meio. Aí nasceu uma segunda filha, antes de que a ré fosse liberada e ambos se casassem, permanecendo um total de 12 anos juntos. Em 2017, por fim, veio o divórcio.

Lá fora, as primeiras críticas têm sido positivas. O jornal The New York Times, por exemplo, afirmou que descreveu a obra como “astuta e inquietante”, de modo que existe ao longo da narrativa um misto de culpa e diversão. “Da primeira vez que assisti ao filme, quase coloquei a mão sobre a boca durante um momento absurdo, sem ter certeza se deveria estar rindo tanto. Claro que sim: o diretor está se divertindo, pelo menos por um tempo, em parte para brincar com nossas expectativas sobre para onde o filme está indo”, disse a crítica Manohla Dargis.

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Já o britânico Guardian, mais ponderado, disse que o drama, “provocativo, brinca fascinação suculenta dos tabloides”, construindo-se como um misto de estranhezas que faz uma “abordagem cativante de nossa atenção”.

Revistas como a Vulture foram unânimes ao destacar como a obra se mostra “profundamente desconfortável”, projetando-se como uma “armadilha em forma de filme, que te puxa em várias direções ao mesmo tempo e utiliza a dissociação emocional a seu favor: faz você sentir uma coisa e, em seguida, faz você se perguntar se deveria estar sentindo algo completamente diferente”.

Seria, então, camp? A Rolling Stone ajuda a responder esta indagação: trata-se de “uma tragédia em fogo lento”, por isso o filme vai além ao oferecer ao espectador peso dramático e potência, machucando, atraindo e provocando repulsa – sempre na mesma proporção.

A estreia de “Segredos de um Escândalo”, vale lembrar, ocorre em 18 de janeiro.

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