Informações obtidas pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, dão conta de que o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) instaurou um processo ético para investigar o anúncio de uma marca de carros que usa a imagem da cantora Elis Regina. A “pimentinha”, como ficou popularmente conhecida, faleceu em janeiro de 1982.
Em nota, o órgão afirmou que abriu a representação após receber queixas de consumidores questionando se era “ético ou não o uso de Inteligência Artificial (IA) para trazer pessoa falecida de volta à vida como realizadora na campanha”.
Ainda de acordo com o jornal, o processo deve analisar se os herdeiros podem ou não autorizar o uso de imagem de uma pessoa já falecida para uma peça do gênero, em que não há participação e todas as cenas são, de fato, ficcionais.
O uso desse tipo de ferramenta tem gerado debates. Na segunda (11), o tabloide The Sun chegou a publicar uma matéria em que afirma que a cantora Madonna teria incluído em seu testamento proibições sobre o uso de sua imagem pelo espólio, composto pelos filhos, em caso de morte. Shows póstumos gerados a partir de hologramas estariam terminantemente proibidos.
No comercial analisado pelo Conar, a cantora Maria Rita, que é a filha caçula de Elis, dirige na estrada enquanto comanda um automóvel moderno. Em dado momento, interpretando a faixa “Como Nossos Pais”, a mãe já falecida surge ao seu lado dirigindo uma Kombi velha. O caso será investigado tendo como base o código de regulamentação da propaganda no Brasil, que respeita “princípios de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade”.
Atualmente, não há no País regras sobre o uso de Inteligência Artificial (IA). Também em entrevista à colunista Mônica Bergamo, o produtor João Marcello Bôscoli, filho mais velho de Elis Regina, afirmou que “se emocionou muitíssimo” assistindo à propaganda e que não descartaria a criação de uma turnê em holograma – a mesma iniciativa que Madonna teria rejeitado.
Entre as principais críticas feitas por consumidores está o fato de que a imagem da cantora, que se posicionou veementemente contra o regime militar brasileiro (1964-1988), foi exposta em uma peça de uma marca que colaborou com a ditadura. Documentos provam que a empresa identificou e entregou funcionários que eram possíveis suspeitos que, em um segundo momento, foram detidos e torturados.
“Da minha parte e do meu irmão, [Pedro Mariano], eu posso dizer que a gente consentiu a propaganda pensando em primeiro lugar – e eu tenho convicção de que para a Maria Rita também – na exposição que a Elis teria e que seria uma apresentação dela para as novas gerações”, afirmou Bôscoli. O processo segue em andamento.
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