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Foto: Divulgação
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Preta Gil fala sobre morte, autocuidado e desejo de criar fundação

Em uma conversa bastante íntima com a revista Marie Claire, a cantora e empresária Preta Gil falou sobre tópicos delicados. Além de se abrir pela primeira vez em relação ao divórcio, Preta afirmou que seu tratamento contra um câncer de intestino mudou seu olhar em relação à morte e remodelou os planos.

Para a artista, que sofreu uma septicemia em março e passou cerca de 20 dias na UTI, “tudo pode acontecer”, desde a cura até a iminência do fim.

“Eu não romantizo em nenhum momento essa doença, porque ela não tem nada de bom. Mas, dentro das adversidades, das vulnerabilidades, a gente se fortalece e se transforma. Estou recebendo uma enxurrada de amor. Sempre dei muito amor. Agora estou me permitindo receber. E estou vendo tudo isso em vida”, contou.

“A morte é um assunto muito tabu, principalmente no Ocidente. Ninguém fala da morte. Mas eu tenho um pai que fala de uma forma natural sobre isso. Temos conversado bastante”, afirmou. Preta, como todos sabemos, é filha do músico Gilberto Gil, um griô contemporâneo. Essa figura, em muitas sociedades africanas, é responsável por transmitir o conhecimento às novas gerações.

“Depois da septicemia, tivemos uma conversa tão verdadeira, tão bonita, que eu realmente comecei a ver a morte de outro jeito”, afirma. “É uma realidade que a finitude pode chegar para mim mais rápido. Sempre tive muito medo de morrer, hoje não tenho mais. No fundo, porque sei que a morte não vai chegar agora. Mas estou preparada.”

A sinceridade de Gil, ainda segundo ela, foi o que a fez reformular seus pensamentos.

“De uns anos para cá, aprendi a usufruir da sabedoria do meu pai. Muitas coisas podem parecer assustadoras em um primeiro momento, mas são reveladoras e transformadoras depois.”

Planos para disco e fundação

A relação de Preta Gil com o tempo também passou por modificações. Ela disse à publicação que quer, sim, comemorar os 49 anos de idade, que serão celebrados em agosto, e que abandonou um disco já finalizado por achar que ele não se comunicava mais com os sentimentos do agora.

“Fiz um disco em 2021 que iria lançar e já não quero. Quero fazer outro, porque agora as minhas vontades estão muito ligadas à minha urgência em viver.”

Sempre muito franca com os mais de 10 milhões de seguidores que possui no Instagram, a cantora reiterou seu desejo de usar a própria visibilidade para criar um senso coletivo de consciência e informação em relação à doença. Em seus planos para o futuro está a criação de uma fundação. Preta, entretanto, não especifica como isso se dará.

“Não é normal ficar dez dias com intestino preso, fazer fezes com sangue, com muco, achatada. Procurem um médico. Eu achava isso normal. Não é”, alerta. “Vou usar minha visibilidade e repetir que é preciso beber água, se alimentar bem, comer fibras. A nossa geração foi envenenada pela indústria. Precisamos ficar atentos, não vou cansar de repetir”, assegurou. “Quando eu ficar curada, vou dar muita atenção a isso, criar uma fundação, otimizar processos, justificar o propósito de tudo isso”.

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