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(Foto: Divulgação/RTP)
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Entrevista – Wandson é um creator e ator brasileiro que está arrasando na série “iMLOVE”, de Portugal

A gente ama uma série que misture amor e tecnologia, né? E se tiver um brasileiro dando o nome no rolê todo, é aí mesmo que a gente gosta muito mais! O influencer e ator Wandson — apenas @wandson, no Instagram, se você quiser seguir — dá os primeiros passos na ficção com o protagonista Leandro, da série portuguesa “iMLOVE“, do canal RTP.

Vindo diretamente do Nordeste do Brasil, Wandson foi cedo para Portugal. Hoje com 35 anos, se aventurou na Europa quando tinha 22 anos e foi conquistando espaço tanto no entretenimento, como no mundo do design. Com formação nesta área, atua também como ilustrador e diretor de arte para campanhas e projetos que tenham sua cara. (Aqui vale uma nota: veja a criatividade do feed do Instagram dele. São todos desenhos feitos pelo próprio!)

Na mini-série de ficção da RTP Play (o streaming do canal português homônimo), o brasileiro dá vida a Leandro. A sinopse da trama diz o seguinte sobre ele:

“Leandro é um jovem prodígio do mundo digital e cria um aplicativo de relacionamento de sucesso – o iMLOVE. O que ninguém sabe é que o app lê, observa e analisa todas as informações que passam pelo celular das pessoas: dos likes de Instagram às fotos pessoais, das conversas no Whatsapp à pornografia assistida no Pornhub.”

Nesta conversa bacana com o Papelpop, diretamente do chão de sua sala em Portugal, o brasileiro conta como foram os primeiros passos como ator; revela suas principais referências tanto no entretenimento, como no humor; e conta, ainda, se está ou não preparado para voltar para terras brasileiras para se aventurar por aqui.

(Foto: Divulgação/RTP)

Wandson dá vida a Leandro na série portuguesa “iMLOVE”. (Foto: Divulgação/RTP)

Papelpop – Você é do Maranhão, né? Quando você foi para Portugal? Me conta como foi a saída do Brasil para Portugal.

Wandson – Sim, sou do Maranhão. Vim para cá em 2010, para fazer um mestrado, e acabei ficando. Precisava de dinheiro para sobreviver aqui, e descobri que aqui rolavam vários testes. Comecei a fazer vários testes para ser apresentador, repórter. Vários. Tudo que era oportunidade, eu ia. Fui em dois: um, eu não passei, e, o outro, deu certo. Era para ser repórter em uma espécie de Multishow daqui, em um canal que explora humor e entretenimento. O pessoal chama de “Malhação” de Portugal, que todo mundo que faz algo ali, vai para outra área. Fiquei durante quatro anos nesse canal.

Antes disso, trabalhei como designer, em um estúdio de design em Portugal. Fui ficando, fui fazendo coisas na televisão e, em paralelo, meu Instagram foi crescendo. Em 2015, eu sai em uma matéria do The Huffington Post que elencava as 10 contas mais criativas do Instagram. Depois disso, por conta das minhas ilustrações, comecei a fazer vários trabalhos como diretor de arte para muitas marcas daqui, como Netflix, HBO, Disney+.

Papelpop – E você foi embora do Brasil com quantos anos?

Wandson – Eu tinha 22 anos. Estou com 35 agora. Já vim faz um tempo. Estou me concentrando para ter o menos possível de sotaque aqui com você [risos], para você entender tudo que eu estou falando.

Papelpop – E você já saiu daqui trabalhando com internet, como ator ou era mais focado na sua carreira como designer?

Wandson – Em São Luiz, eu trabalhava em uma filial da TV Globo, que é a TV Mirante, na minha cidade. Trabalhei lá por muito tempo, entrei como estagiário e fui ficando. Veio de lá esse feeling do entretenimento que sempre esteve em mim, de entrevistar as pessoas, de brincar, de entender como funciona uma televisão por trás. Sempre gostei disso. Desde sempre, gostei dos programas mais trashes que passava. Tudo que era bem pop e bem fun são minhas referências. Então, sempre fui muito apaixonado por televisão e por cultura pop brasileira.

Quando me chamaram para fazer a série “iMLOVE”, foi basicamente isso. Tentei trazer um pouquinho do que eu vi nas novelas, do que eu cresci vendo Malhação, Avenida Brasil, Amor de Mãe (que assisti daqui de Portugal). Tentei trazer tudo que aprendi por osmose na vida real no Brasil. As novelas nacionais me ajudaram muito, demais.

(Foto: Divulgação/RTP)

Wandson dá vida a Leandro na série portuguesa “iMLOVE”. (Foto: Divulgação/RTP)

Papelpop – Aproveitando que você falou da série, conta um pouco pra gente sobre a série “iMLOVE”, seu personagem e tudo mais.

Wandson – A série é sobre um rapaz solteiro, que não consegue arrumar uma namorada, e, basicamente, ele criar seu próprio aplicativo para arrumar um grande amor. Não posso dar mais spoilers, senão, fica sem graça. A parte mais divertida é que dá certo! Hahahah Ele dá match com uma pessoa, mas a pessoa não tem o aplicativo no celular dela. A menina, na verdade, usa o celular de uma amiga para conseguir falar com ele. Ele, então, vai stalkeando uma menina pensando que é uma, mas é outra. Vou dar um spoiler: a verdade é que as meninas trocam de bolsa, e tudo acontece. Pronto!

A troca com a equipe foi muito boa. Os diretores nos deixaram confortáveis demais no set, podemos fazer a mesma cena várias vezes, para termos emoções múltiplas. Os diretores são brasileiros e saíram do Brasil para gravar em Portugal. Foi muito bom esse contato. Estávamos de igual para igual. A primeira temporada tem cinco episódios, e a segunda leva de episódios está em negociação. Ainda não sabemos se vai rolar. Ela passa na RTP, aqui em Portugal. A série também está disponível para ser assistida em todos os países, só acessar o site da emissora.

Papelpop – E para você construir esse personagem, você se baseou em algum filme específico?

Wandson – Uma das minhas inspirações foi o personagem Danilo, que o ator brasileiro Chay Suede fez na novela “Amor de Mãe”. Adorei os trejeitos dele, especialmente na primeira parte da novela, antes da pandemia. Peguei um pouco, também, da série “Mr. Robot”. Já no mundo da tecnologia, peguei um pouco do que via acontecendo.

Papelpop – E este foi seu primeiro projeto na TV portuguesa?

Wandson – Sim. Antes, eu já havia feito um programa que é uma espécie de “Lady Night”, programa da Tatá Werneck, daqui de Portugal. Onde eu era o co-apresentador da Filomena. Também fiz pontas como repórter no Canal Q. Fui fazendo muita coisa antes. E também desenvolvendo meu lado influenciador no Instagram, criando storytelling. Inclusive, o convite para essa série veio pela DM do Twitter, e eu não respondi. Achei que fosse fake. Até que os produtores tentaram contato comigo por outras redes, e eu, de fato, soube que era verdade. Não fiz teste nem nada, foi convite mesmo. E foi incrível!

Quando fui gravar, coloquei meu sotaque português que mistura minhas raízes do Maranhão e minha vivência no Brasil. Eles falaram que era para eu me jogar e eu só fui. É engraçado que os produtores contaram que a primeira opção para viver Leandro era Emicida, e Bruna Lizmeyer seria a protagonista feminina. Talvez, foi um tiro no escuro acreditar em mim para este papel e acho que deu muito certo.

Papelpop – Aproveitar que você falou do Instagram, como você sente que o público português consome o conteúdo que você criar na sua conta por lá?

Wandson – Mais de 90% dos meus seguidores são portugueses. E eles não costumam deixar comentários nas nossas publicações. É um país muito pequeno. O brasileiro tem mais essa coisa de interagir, mandar coração, comentário, responder e tudo mais. Aqui, os portugueses são mais tranquilos. E é curioso perceber que eles consomem conteúdos de influenciadores brasileiros. Todos sabem quem são os maiores.

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A primeira temporada de “iMLOVE – Hacker do Amor” está disponível para ser assistida em qualquer lugar do mundo, pela RTP Play. Clique aqui.

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