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(Lana Pinho / Divulgação)
(Lana Pinho / Divulgação)
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Mamacita: o surgimento, a queda e a ascensão de Karol Conká

Com uma carreira bem bonita, marcada por altos e baixos, memes, hits e muitos desafios, Karol Conká se tornou um dos nomes mais conhecidos do país e virou a personalidade mais buscada no Google em 2021. Esse interesse se deve principalmente à polêmica participação da artista na última edição do Big Brother Brasil. No entanto, resumir a rapper à sua estadia no reality seria ignorar seus feitos e uma obra primorosa construída ao longo dos anos.

Nascida em Curitiba, no Sul do Brasil, a rapper capricorniana, com ascendente em Áries e lua em Virgem, percorreu um longo caminho até alcançar o estrelato. Afinal, Karol começou a cantar aos 16 anos numa festa de rap, mas desde de muito pequena já se divertia cantando em casa, com um microfone de brinquedo comprado pela mãe.

Criada na periferia da capital paranaense, Karoline dos Santos Oliveira se destacou no cenário do rap feminino. Enfrentando questões que somente uma mulher negra e periférica pode passar em uma sociedade como a brasileira, Karol encontrou na arte uma maneira de se expressar, versando não apenas sobre empoderamento, autoestima e resistência, mas também sobre amores, festas e curtição.

Em seu processo artístico, a musicista participou do grupo Agamenon, lançou algumas músicas e começou a ser reconhecida na cena do hip hop. Foi nesta época que a rapper escolheu seu nome artístico, por influência do seu pai, que sempre reforçava que seu nome era “Karol com K e não com C”.

Embora a carreira estivesse se desenvolvendo, ainda que lentamente, uma notícia teria mudado os planos de Karol. Aos 19 anos, a artista engravidou e deu a luz à Jorge, fruto de seu relacionamento com Cadelis MC. A situação ocasionou uma depressão pós-parto, colocando seu trabalho em pausa.

Com o passar dos anos e restabelecida mentalmente, em 2011, a Mamacita retoma sua carreira e passa a disponibilizar algumas músicas no Myspace. Aliás, é nessa época que o mundo conhece o single “Boa Noite”. Sucesso imediato e aclamadíssimo pela crítica, a artista conquistou uma indicação ao prêmio de Aposta no extinto VMB (MTV Video Music Brasil). O sucesso, que colocou o nome de Karol em evidência na cena do rap, chegou a ser incluído na trilha sonora do jogo FIFA 14.

Nasce uma estrela

Com produção de Nave Beats, o primeiro álbum de estúdio de Karol, “Batuk Freak”, finalmente chegou ao mundo. Lançado em 2013, o disco foi um divisor de águas na carreira da curitibana, registrando 20 mil downloads em uma semana, número expressivo para a época. Pelo trabalho, Karol recebeu sua primeira estatueta de Artista Revelação no Prêmio Multishow de Música Brasileira. Além disso, contou com os hits “Boa Noite”, “Gandaia” e “Corre, Corre Erê”. A regravação da faixa “Caxambu”, do mesmo álbum, também entrou para a trilha sonora do jogo FIFA 18.

A partir daí, o sucesso de Karol Conká rompeu barreiras. Ela chegou a divulgar seu aclamado álbum de estreia em uma turnê pela Europa, se apresentando em Londres e Paris.

Tombando, rompendo e quebrando todas as barreiras que ainda existiam para o alcance de suas músicas, em 2014, Karol lança o maior hit de sua carreira: “Tombei”, com participação do grupo Tropkillaz. Rapidamente, a canção se torna um viral na internet, em uma era que ainda não existia TikTok. Sucesso de público e crítica, Mamacita vence a categoria de Nova Canção no Prêmio Multishow de Música Brasileira 2015, sendo também indicada a duas outras categorias. Além disso, o single foi escolhido como tema de abertura do seriado Chapa Quente, em 2016, estrelado por Ingrid Guimarães e Leandro Hassum.

O caminho para o sucessor do seu álbum de estreia parecia estar pronto, mas antes disso Karol elevou ainda mais as expectativas dos fãs com as faixas “É o Poder”, “Maracutaia”, “Farofei”, “Lalá” e “Cabeça de Nego”.

Ampliando sua influência, Karol chega a participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, cantando “Toquem os Tambores” ao lado de MC Soffia. Já em 2017, ela faz sua estreia como apresentadora no programa Superbonita, do canal GNT, substituindo Ivete Sangalo. A cantora continuou no posto de apresentadora no ano seguinte, ao lado de Giovanna Ewbank.

Com um visual marcante, Karol se destacou como um dos principais nomes da “geração tombamento”, movimento entendido como manifestação estética e política, que traz o empoderamento marcado por acessórios, estilo, arte e inovação. No entanto, essa relação com sua aparência nem sempre foi das melhores. A estrela já revelou que, quando criança, chegou a molhar a pele em um balde de água sanitária para clarear a pele.

Para todos que esperavam com ansiedade, em 2018, Conká lançou o seu segundo disco, “Ambulante”. Aparecendo em diversas listas de melhores do ano, o compilado traz uma sonoridade atual e certeira, produzida pelo DJ Boss in Drama, com versos que refletem questões sociais, amores e autoafirmação. Vale destacar os singles “Kaça”, “Vogue do Gueto” e “Saudade”.

Após a divulgação do disco, Karol lançou o single “Alavancô”, com participação de Linn da Quebrada e Gloria Groove, “Tempos Insanos”, além das colaborações com WC no Beat e MC Rebecca em “Cheguei” e “A Preta É Braba”.

O tombo

2021 quase não tinha começado direito, quando, em janeiro, Karol Conká foi confirmada como uma das 20 participantes da 21ª temporada do Big Brother Brasil, da TV Globo. Imediatamente, a internet se empolgou e muitos acreditaram que a rapper já seria a favorita ao prêmio. No entanto, o que parecia ser uma oportunidade para elevar o nome da artista ainda mais, se transformou em um grande pesadelo.

Devido a um comportamento considerado controverso, os telespectadores aos poucos foram deixando de apoiar Karol e pedindo sua eliminação. Falas em relação à colega de confinamento Juliette Freire chegaram a ser consideradas xenofóbicas, as atitudes agressivas com Lucas Penteado e Carla Diaz, além da relação questionável com o participante Arcrebiano Araújo, foram mais do que suficiente para que a rapper fosse eliminada do BBB.

Amargando uma rejeição histórica, de 99,17% dos votos, a quarta eliminada do reality show passou por momentos complicados fora do jogo. Com agenda cancelada, comentários maldosos, alguns até racistas, Karol teve que se reinventar para seguir com sua carreira. Para isso, ela abriu o coração na série documental “A Vida Depois Do Tombo”, que mostra o dia a dia da rapper após o programa, incluindo momentos de sua chegada ao hotel, reencontro com familiares e reunião com assessores. O documentário ainda coloca a cantora para rever algumas cenas de sua participação, o que desperta muita emoção.

Além disso, Conká colocou no ar o primeiro episódio da websérie “Vem K”, projeto que aborda sobre questões de saúde mental.

Subida

É claro que Karol não iria se afastar do mundo da música. Afinal, essa é sua forma de se expressar. Para a nova etapa em sua vida, a artista escolheu a música “Dilúvio”, com a participação do produtor musical Leo Justi. A faixa, que traz uma mensagem positiva, foi bem recebida pelo público e se tornou trend no TikTok.

Novamente restabelecida, vieram na sequência as músicas “Mal Nenhum”, “Subida”, que foi escolhida para integrar a trilha sonora do jogo de videogame FIFA 22, e “Louca e Sagaz”.

Todas essas faixas devem estar presentes no terceiro álbum de estúdio de Karol Conká, intitulado “Urucum”. Agora, resta aguardar os próximos passos da complexa Mamacita.

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