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Foto: Julia Rodrigues
Foto: Julia Rodrigues
música

César Lacerda reflete formas de suplantar mazelas da humanidade no disco “Nações, Homens ou Leões”

“Nações, Homens ou Leões” é o nome do quinto álbum de estúdio de César Lacerda. Lançado no Brasil pelos selos YB Music e Circus, e no Japão pela Disk Union, o projeto chegou hoje (12) nas plataformas digitais.

O disco de 11 faixas reúne colaborações com Xênia França, Marcelo Jeneci, Filipe Catto, Aline Frazão, Malvina Lacerda, Dandara Modesto e Ben LaMar Gay.

A partir da leitura dos livros “Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano” e “Ideias para adiar o fim do mundo”, de Grada Kilomba e Ailton Krenak, respectivamente, o disco começou a ser concebido durante uma viagem à Europa, em 2019.

Após presenciar mudanças climáticas e colocar o holofote em questões emergentes, surgiu o desejo em desenvolver a obra. “A tomada de consciência que eu tive através do simbolismo desses acontecimentos fundou em mim a necessidade de fazer um disco sobre o sentimento que passei a ter a respeito do fim do mundo ou a respeito da ideia do mundo acabar”, explica o artista.

Assista ao clipe de “Me Diz Por Que Brigamos”:

Se a fagulha inicial do disco se deu enquanto César olhava o Brasil de longe, foi aqui que “Nações, Homens ou Leões” começou a se materializar. Mais especificamente, no celular do compositor.

“Já havia um desejo meu de me aproximar das linguagens de música eletrônica, e nesse período fora do Brasil eu ouvi muita música”, lembra o compositor. “Procurei ouvir o que o mundo negro vinha produzindo na Europa, na África, nos Estados Unidos. Minha intenção quando voltei para o Brasil era fazer um disco híbrido. Um álbum de banda, mas com interferências eletrônicas. Já no início de 2020, meio que desatentamente, comecei a usar o celular para registrar ideias de arranjo para as canções do disco.”

A capa do projeto tem arte assinada por Tiago Macedo. Confira:

“Nações, Homens ou Leões”, se estrutura em torno do telefone de César, que conta ter programado sintetizadores, baterias eletrônicas, samplers e baixos “como quem digita mensagens na tela de um iPhone”. Os desdobramentos também se dão em três atos, de acordo com o título do disco.

“O primeiro ato, ‘Nações’, trata de temas que são formadores da estrutura das sociedades, identificando um esfarelamento dessas estruturas”, detalha o compositor. “Em ‘Homens’, as canções lidam com as consequências da crise climática e da iminência de um colapso ambiental. E em “Leões”, o disco chega à natureza, ao processo de desligamento dos seres humanos da natureza. Ou seja, esse movimento no qual nós nos tornamos estranhos ao planeta, ou pior, adversários dele. Mas não pretendo no disco aderir ao colapso. Tento me juntar ao coro daquelas pessoas que querem buscar formas de remediar, de atenuar, de zelar, de cuidar.”

Ouça “Nações, Homens ou Leões” nas plataformas digitais.

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