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Marcelo Falcão versa sobre empatia e esperança no single “Em Busca da Luz”; leia entrevista

Nesta sexta-feira (20), foi lançado o novo single de Marcelo Falcão, intitulado “Em Busca da Luz”. Ali, o artista versa sobre empatia e crença na possibilidade de mudança. Sempre se coloque no outro lugar / Nunca julgue antes da verdade ouvir / Se a guerra existe é pra enfrentar / Somos de agir e nunca fugir”, entoa o refrão. 

“Essa música é onde eu desabafo sobre tudo o que eu gostaria que tivesse acontecido com a gente: sermos cuidados, sermos tratados com dignidade, coisa que infelizmente não aconteceu”, conta o cantor e compositor, que esperar poder comemorar a melhora das coisas pós-vacina. 

Para acompanhar o lançamento, o clipe de “Em Busca da Luz” estreou no YouTube em formato 360°, explorando recursos de animações. Ele pode ser experienciado por meio de óculos de realidade virtual ou pelo próprio cursor do computador. A direção criativa é assinada pela ÉNOIX Collab. 

Dando o exemplo de como fazer a diferença, o artista vai doar parte do dinheiro arrecadado com as visualizações do clipe para o projeto Mães da Favela. A iniciativa é da CUFA Brasil, que atende mais de 5 mil favelas no Brasil, impactando e beneficiando mais de 2.415.000 famílias.

Abaixo, você confere uma entrevista com o artista feita por e-mail.

Papelpop: “Em Busca da Luz” é uma estreia que se alinha bastante à tecnologia. Lançar um clipe no formato 360o foi uma tentativa de devolver uma parcela da experiência ao vivo, da imersão real? É possível conquistar isso?

Marcelo Falcão: Sim! Estou querendo mostrar que cada vez mais o futuro será imersivo, mas que mesmo assim sempre será possível estar por perto. Eu amo estar perto do meu público, e essa é uma forma de estar um pouco mais. Uma imersão à realidade, mesmo que virtual!

O clipe traz recursos de animações e design motions ilustrados, além de cenas em que você se vê cercado por túneis e arquiteturas subterrâneas. Que relação você tem com as cidades, com as grandes metrópoles? O que esses espaços provocam em você enquanto pessoa, enquanto criador?

As metrópoles são grandes fontes de inspirações, lugares cheios de micros universos e ao mesmo
tempo tão desiguais.

Na letra você fala em empatia e consciência, além de conclamar um enfrentamento à covardia. Acha que as pessoas se tornaram mais indiferentes nos últimos anos?

Não sei definir se indiferentes, preguiçosas ou mais egoístas, mas o mundo está mais chato, difícil e
precisando de muita empatia.

Certa vez você contou sobre uma conversa que teve com Mano Brown em que ele revelava ter adotado uma postura mais conciliadora, mais leve no primeiro disco solo. No entanto, como criador, acha que o momento presente pede um pouco mais de combatividade para o despertar?

Não é ser mais combativo é ser um “despertador” para essa apatia que muitas vezes toma conta das pessoas.

“Em Busca da Luz”, desde o título, reflete um desejo muito profundo de que todos nós consigamos encontrar uma saída. Que relação mantém com a fé? O que o mantém confiante?

Precisamos ser nossos maiores incentivadores. Acreditar e apostar na gente. Olhar as dificuldades e superar cada uma de cabeça erguida.

A crítica social sempre esteve presente no seu trabalho, tanto solo quanto com O Rappa. Com o passar dos anos, acha que houve uma estagnação quanto às pautas? Digo, uma constatação de pouca mudança social em relação aos assuntos tratados? A propósito, você segue compondo neste momento?

‘Em Busca da Luz’ é uma música autoral. Sempre uso minha arte de forma a contribuir para que as pessoas reflitam sobre seu entorno e a realidade. Qualidade de letra e melodia, prezo por isso.

Os trabalhadores da cultura foram os primeiros a serem enclausurados com a chegada do vírus e dados mostram que comunidades carentes, compostas em sua maioria por pessoas pretas, são as que mais sofrem com a pandemia e a acentuação da desigualdade. Como enxerga a Justiça Social brasileira hoje? Acha que o debate sobre esse tema ainda é raso, equivocado?

Não podemos fechar os olhos para isso e esperar que alguém faça alguma coisa. Se você olhar para o lado sempre haverá alguém que você pode ajudar. E meu plano é tentar mudanças na prática, foi assim que veio a ideia de transformar parte da renda para o CUFA.

Parte dos lucros obtidos com o novo clipe serão destinados ao projeto Mães da Favela. Além de apoiar iniciativas como essa, quais pequenas ações podem garantir uma transformação efetiva na vida das pessoas?

Como eu disse, vamos olhar para o lado e ver quem está ali do nosso lado precisando de uma mão. Vamos praticar a empatia e generosidade, a compaixão e a ação efetiva em fazer o bem.

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