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Faixa marca primeira parceria com Liminha em 22 anos (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação
música

Lulu Santos faz do amor um “hit” na letra de novo single; ouça

Lulu Santos coleciona vitórias. Às vésperas de completar 40 anos de carreira solo, o cantor, compositor e técnico do The Voice Brasil coloca na rua o single “Hit”. Trata-se de uma composição que brinca com as muitas possibilidades assertivas do significado da palavra de origem inglesa.

Ao mesmo tempo em que é responsável por classificar faixas bem-sucedidas – o que não falta em seu repertório – o tempo também se conecta, por que não, ao fato de conquistar a sorte de amar e ser amado.

Composta após uma “siesta“, a novidade ecoa vários pontos da trajetória de Lulu, a começar pelo fato de que retoma sua parceria com o produtor Liminha, mesmo responsável pelo álbum de estreia “Tempos Modernos”. Um clipe está previsto para aterrissar no próximo domingo, dia 30, com as participações do marido, Clebson Teixeira, e a cantora Letrux.

Antes disso, por e-mail, o cantor respondeu aos questionamentos do Papelpop. Leia abaixo a íntegra da entrevista.

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Papelpop: “Hit” é uma canção que surgiu logo após o sono, em um despertar. Esse insight criativo acontece com frequência nesses momentos? Qual é a sua relação com o lado onírico da arte?

Lulu Santos: Não é infrequente, ‘Tudo Bem’ e ‘Aviso aos Navegantes’ têm histórias similares. Acredito que se trata de um estado de semi-inconsciência, algo como acordar de um sonho ainda sob a influência do que se viveu.

O mundo da música sustenta desde sempre uma pressão de sucesso/mercado – um movimento que agora se vê ainda mais impulsionado pela tolice dos algoritmos e das plataformas de streaming. Como você encara essa realidade? Tendo uma história marcada por tantos sucessos, emplacar “um hit” ainda te inquieta?

Muito menos que em qualquer outra época. Faço música, quem faz hit é o público.

Há alguns dias você tuitou: “Se eu fosse uma drag axé chiquérrima ia me chamar Baiana Ross”. Seria Mrs. Diana a sua hitmaker favorita? 

Miss Ross entrou apenas como ‘punchline’, adoro ela mas à distância. Prefiro a fase Nile Rodgers, este sim é um hitmaker essencial.

Você afirmou em comunicado que a alegria “é a melhor forma de resistência, talvez a mais brasileira”. Existe uma receita para manter o otimismo no Brasil de Bolsonaro? Como celebrar o amor quando parecem existir tantos obstáculos?

Provavelmente, começando por nunca negar a força destes sentimentos e acreditar em suas capacidades regenerativas. Ou como diz Bob Marley, “all I ever have is redemption songs”.

No clipe Letícia (Letrux) interpreta uma figura mezzo mística. Como vocês se conheceram? Gostaria de saber um pouco também sobre a sua relação com a astrologia. Você se interessa?

Meu interesse é por Astronomia o que de certa forma anula astrologia per se. A fulgurante Letrux entrou no clipe meio como Diana Ross, na piada. À cause d l’euphonie, porque o roteiro pedia.

No ano que vem, “Tempos Modernos”, seu álbum de estreia, completa quatro décadas. Quais memórias guarda dessa época? Quando compôs os versos da faixa-título, imaginava que o futuro poderia ser outro, menos permissivo talvez?

Lembro quase tudo direitinho, Liminha e eu nos estúdios Transamerica, no RJ, aproveitando sobras e pontas de tempo da feitura do álbum de Gil (‘Luar’, eu acho…) com o técnico americano Richard Anderson comendo pimenta pura. O primeiro álbum a gente nunca esquece. Agora sobre o presente e permissões… Pense Paulo Gustavo ou Pablo Vittar. O futuro chegou, já a luta, esta continua. Não perder a esperança faz parte, o contrário é desistir ou desesperar, e como diz o samba: ‘Desesperar, jamais’.

Você pertence a um panteão da música popular brasileira (ao qual figuram também nomes como Adriana Calcanhotto, Lenine, Rita & Roberto…) que eternizou as próprias canções no imaginário coletivo. Mais do que isso, criou letras com desejos e declarações que seguem muito atuais. Sente vontade de atualizar algo? Como observa essa passagem do tempo em termos criativos?

Se tomarmos ‘HIT’ como exemplo, desejos se concretizam, mas é necessário remar, às vezes contra a corrente, às vezes é só boiar e deslizar numa Onda, até arrebentar na parada.

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Ouça “Hit”, nova faixa de Lulu Santos, nas plataformas de streaming.

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