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Material tem direção de Gustavo Nasr (Foto: Divulgação)
música

Carolina Sá dá voz à ancestralidade no político clipe de “O Fogo Queimou”

A diáspora africana é como Yangí, um fenômeno de despedaçamento e invenção. Cada fragmento dos saberes, das memórias e dos espíritos mesmo negro-africanos que por aqui baixam são pedaços de um corpo maior que mesmo recortado se coloca de pé e segue seu caminho, dinamizando a vida“.

Isto é o que escrevem os autores Luiz Antônio Simas e Luiz Rufino ao se referirem à sabedoria dos terreiros e das macumbas. Ao mesmo tempo em que se estabelece um crescente respeito por religiões de matriz africana, episódios de intolerância ligados à fé fecham ano após ano janelas para a diversidade. Como aconteceu anos atrás, quando uma mãe de santo teve seu terreiro atacado e queimado no subúrbio do Rio. Poderia ser hoje.

A dita narrativa real serviu como mote criativo para a cantora, compositora e cineasta Carolina Sá, que lança nesta quinta-feira (8) “O Fogo Queimou”. A canção é uma amostra do primeiro disco solo da carreira, batizado como “Atlantika”. Trata-se de uma mistura de poesia, canto e atmosferas sonoras que destacam não apenas o respeito, como também a potência das manifestações a partir de ritmos afro-brasileiros e africanos.

Mesmo que seja Carolina quem cante, o verso em destaque acima chega pela interpretação de Bethânia Nascimento, que mescla a expressão corporal em seus extremos: na austeridade dos protestos antirracistas e na leveza da dança. “O clipe nasceu do desejo de filmar uma performance de Bethânia Nascimento, coreógrafa e bailarina clássica e também uma pessoa do Axé. Filha de Beatriz Nascimento, historiadora e importante ativista do movimento negro no Brasil, e de Djosa Gomes, artista cabo-verdiano”, conta.

“Convidei o diretor e fotógrafo Gustavo Nasr, que assim como Bethânia, mora em Nova York. Ela traz em sua dança, assim como em sua trajetória, a resiliência e a potência das mulheres negras das Américas”. O resultado é uma ode àquilo que é história e que ao mesmo tempo se faz presente.

 

 

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