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Entrevista: James Bay fala sobre “Chew on My Heart”, admiração por Lady Gaga e novidades do próximo álbum

Quando assunto é lançamento do  James Bay, pode apostar que vem surpresa por aí – seja na mudança do seu corte de cabelo ou na estética sonora e visual do álbum, como prova o contraste em seus últimos álbuns “Chaos and The Calm” e “Eletric Light”. Por mais que o novo disco ainda não tenha uma data de lançamento anunciada, o single “Chew On My Heart” marca o início da nova era e já dá um ótimo spoiler sobre o que podemos esperar do novo projeto: composições mais alegres, pessoais e românticas – já que o cantor disse se sentir mais confortável do que nunca para compartilhar sobre o reacionamento de 13 anos (não, eu não digitei esse número errado) com sua namorada. 

Como um artista que ama surpreender seus fãs através de suas reinvenções musicais e visuais, James compartilhou sua opnião sobre enxergar tais mudanças como uma necessidade nos dias de hoje e a sua admiração pela Lady Gaga por fazer isso com tanta excelência. “Eu acho muito divertido acompanhar, ao longo dos anos, todas as mudanças da Lady Gaga! Ela fez todos os tipos de coisas diferentes…”, disse o cantor. 

 

 

Ah! E é claro que cobramos um show dele no Brasil já que o cantor nunca se apresentou aqui antes! Mas enquanto a pandemia não termina e o James não vem, a situação foi contornada com a realização do seu primeiro show virtual na noite da última quarta-feira (21). A apresentação foi gravada em Londres, no palco histórico do Shakespeare Globe Theatre, e disponibilizada em quatro lives que seguiam diferentes fusos-horários ao redor do mundo. Falamos um pouco mais sobre o show aqui.

Vamos à entrevista? Confira a nossa conversa com o cantor na íntegra:

Devo começar essa conversa dizendo que eu amei “Chew on My Heart”! É uma música incrível com uma melodia inesperada e a letra parece ser bem sincera, muito pessoal – e depois de pesquisar sobre, eu descobri que de fato é! Você a considera como a música mais pessoal que você já lançou?

Com certeza! As pessoas estão reconhecendo isso pelas letras, e quero dizer, não é um segredo! Já falei sobre isso! E agora que eu paro pra pensar nisso, eu realmente envolvi um tipo de história e letra muito pessoal em um som muito extrovertido! É uma música muito pra cima, muito animada e que mostra o quão difícil eu achei no passado para revelar mais detalhes pessoais nas músicas sobre as áreas pessoais da minha vida. Então, eu me esforcei muito pra mudar isso… Eu senti que era hora de ser honesto sobre um aspecto diferente da minha vida que não tinha explorado tanto antes, e queria comemorar! E devo esclarecer: em “Chew on My Heart” estou falando da minha namorada com quem estou há 13 anos. Então sim, eu me senti mais seguro do que nunca falando sobre isso em uma música.

E ela gostou?

Quer saber?! Ela realmente gostou! Lucy é a melhor! Ela é minha crítica mais importante! Eu mostro coisas novas para ela e ela só vai me contar a verdade! Ela não está tentando me fazer sentir bem, dizendo que cada música que eu escrevo é ótima, sabe? Ela apenas me dá a verdade e eu preciso disso, acho que todo compositor precisa de alguém assim! Mas acho que “Chew on My Heart” foi uma daquelas ocasiões raras – ela estava na cozinha, e eu apenas coloquei os fones de ouvido nela, saí da sala e deixei que ela ouvisse. Ela ouviu tipo, três vezes seguidas! E ela adorou!

 

Sobre seus projetos mais antigos, como você vê a mudança nas suas escolhas musicais – de Chaos and the Calm, para Electric Light e On My Messy Mind – afetando sua música hoje?

Em relação ao som de fato, Electric Light tem uma pegada mais eletrônica, enquanto o primeiro álbum é algo mais orgânico, mais acústico… Esses sons, essas decisões são feitas mais na hora e levando em conta o que o meu instinto manda, sabe? É tudo sobre como a música me faz sentir! Todas as músicas que eu fiz em Electric Light são o resultado de uma vontade que eu tinha de ouvir bateria e guitarra! E outra coisa importante é que não tem muito a ver com sons, mas sobre as letras. Esses três lançamentos diferentes da minha carreira são bem variados. O primeiro disco, Chaos and the Calm, foi escrito por uma versão da minha pessoa que queria muito escapar da cidade pequena em que eu estava pra ver o mundo. Eu era uma pessoa que precisava me livrar de certas pessoas da minha vida pra explorar coisas novas, então foi uma boa jornada emocional de crescimento e aventura. Já no segundo disco, eu escrevo sobre ter viajado o mundo e ter percebido a importância de ter uma comunidade que te apoie, sabe? Eu meio que desenvolvi esse amor em me relacionar com as multidões e sei lá, o amor foi um grande tema nesse segundo disco. E o “On My Messy Mind” foi uma experiência muito terapêutica pra mim, em que eu precisava discutir meus sentimentos mais sombrios e liberá-los através das músicas para que eu conseguisse os entender um pouco mais. Existem temas em comum nesses três discos, tipo essa tristeza que é algo que eu não consigo escapar. Mas, de alguma forma, agora eu consigo fugir disso porque estou num lugar tão bom no meu relacionamento que era hora de trazer toda essa felicidade para o centro e explorar esse sentimento que estará tão presente no meu próximo álbum. 

 

E você não se limita a mudança somente nas letras e nas melodias das músicas, né? Você muda bastante visualmente! Podemos esperar algo novo para esse novo álbum? 

Um corte moicano [risos]! Tô brincando! Mas eu realmente adoro mudar o meu visual, me apresentar de um jeito diferente a cada álbum que eu lanço! Basicamente, a primeira vez que as pessoas me viram, eu tinha um cabelo bem longo e se tornou um visual bem familiar para as pessoas, e por algumas razões eu não queria que as coisas ficassem assim. Eu me senti previsível! A coisa complicada é que ninguém tava me criticando por causa daquele visual, as pessoas na verdade até que gostaram! Então tem algo bem positivo em relação a isso. Eu simplesmente não podia ficar assim por muito tempo, eu precisava mudar! Eu gosto quando artistas surpreendem os fãs com algo inusitado, e eu tava bem inspirado em relação a isso. Aí eu mudei! Cortei o meu cabelo bem curto e curti demais essa mudança que não se limitou a isso porque eu também passei a usar roupas e looks bem diferentes. E no meu núcleo, eu sou um cantor, compositor e eu toco violão, e eu só apresentei essas mesmas qualidades de um jeito diferente. E pra concluir sobre o meu cabelo: eu adoro que o meu cabelo longo é meio que quem eu sou, eu acho ele mais fácil de cuidar e é mais confortável, e o aceitei ainda mais depois da fase que eu tive com ele curto e brilhante [risos]!

 

Mas agora falando um pouco sobre o que você disse de artistas surpreenderem seus fãs e se reinventarem, você enxerga isso como uma necessidade por causa da maneira que consumimos música hoje em dia? E como você conseguiu passar por esse processo de reinvenção de uma maneira tão natural? 

Na época, era muito natural para mim ser tão drástico quanto à mudança. Agora, que já passei por isso, estou menos ansioso e menos inspirado para fazer uma mudança tão drástica assim. E se essa mudança é uma necessidade… Eu não acredito que seja, mas acho que todos deveriam ser completamente bem-vindos e encorajados a explorá-la tanto quanto quiserem. E se eles não quiserem fazer nada, também está tudo certo! Acho que isso sempre vai contra os fãs que querem que um artista continue do jeito que é. Eu sou fã de certos artistas que não quero que mudem, e também sou fã de outros artistas que estou animado com a maneira como eles estão sempre se reinventando! Acho que depende se você está disposto a ir até o fim com isso.

 

Qual artista que muda de estilo o tempo todo e você ama? 

David Bowie é um ótimo exemplo de artista que mudou muito e sempre gostei disso. Eu também acho muito divertido acompanhar, ao longo dos nos, todas as mudanças da Lady Gaga! Ela fez todos os tipos de coisas diferentes… Ela usou um vestido feito de carne, e então fez um álbum, alguns anos depois, com um cantor de big band de jazz clássico com o Tony Bennett! E ela tinha o cabelo comprido e usava os vestidos mais lindos! Aí de repente ela foi para uma coisa mais country, vestindo muito jeans e um chapéu de cowboy rosa gigante. É divertido demais ver um artista abraçar essas mudanças! A Katy Perry é outro ótimo exemplo disso. 

 

Concordo plenamente! E James, por mais que eu sei que muitos artistas estão cansados de falar sobre a pandemia, eu preciso te perguntar sobre o seu projeto de ensinar violão por lives nas então chamadas “James Bay Live Sessions”! Como que esse projeto começou? 

Honestamente assim que a quarentena começou aqui no Reino Unido, fazer essas lives foi a primeira coisa em que pensei e a maneira mais óbvia e fácil de alcançar todos. Eu fiz tudo sem pensar demais, o que foi ótimo! Eu não sei se você chegou a assistir umas das lives, mas no começo estava tudo um pouco bagunçado… Foi só depois de uns cinco meses fazendo os vídeos que eu finalmente comprei um daqueles tripés! Eu tive que me adaptar porque antes disso, eu apoiava o meu celular num sapato que estava apoiado numa mala e era assim que eu gravava [risos]! Foi tudo muito orgânico e o objetivo era alcançar todos e mostrar como compartilhamos música e algo do momento no momento, entende? Então essa era a maneira mais óbvia de fazer isso! 

 

Agora, eu fiquei pensando na sua apresentação virtual no teatro Shakespere’s Globe e como essa experiência se contrasta com qualquer show no Brasil por vários motivos, até que percebi que você nunca veio ao Brasil! E eu lembro de ter ficado super animada quando o Ed Sheeran anunciou sua turnê na América do Sul, porque eu achava que você seria o show de abertura como aconteceu na Europa, mas infelizmente não tivemos tanta sorte com isso…

Eu honestamente não sei porque eu nunca fui ao Brasil! Isso acaba comigo porque na América do Sul tem tanta coisa maravilhosa e gloriosa! Eu fui à Cidade do México duas vezes e foram umas das melhores experiências da minha vida! Eu já tive a oportunidade de interagir com fãs brasileiros em outras partes do mundo e eles são incríveis! 

 

Nós estamos em todo o lugar [risos]! 

Mas é, eu honestamente não sei por que nunca fomos ao Brasil!  Eu acho que o plano é separar um bom tempo para eu poder aproveitar o lugar quando eu de fato for pela primeira vez! Assim que essa pandemia acabar, fazer um show no Brasil é algo que  está realmente no topo da minha lista. Quero conhecer o Brasil e as outras partes da América do Sul assim que puder! 

Estaremos te esperando! James, muito obrigada pelo seu tempo e pela conversa. Mal posso esperar pelo seu novo álbum! 

Muito obrigado!

***

Ouça mais do James Bay nas plataformas.

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