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Entrevista: Major Lazer fala sobre “Lay Your Head On Me”, processo criativo e amor pelo Brasil

Major Lazer é dono de vários sucessos que a gente ama dançar na balada, mas enquanto não dá pra sair de casa, o grupo entendeu as necessidades do público e lançou um single um pouco mais calmo. Sabe como é, pra dar aquela sensação se leveza, mas sem perder a animação. Estamos falando de “Lay Your Head On Me”.

Fruto de uma parceria com Marcus Mumford, da banda Mumford & Sons, a faixa foi lançada em abril deste ano e conta com vídeo colaborativo em que estão reunidas imagens de mais de 200 fãs vindos do mundo todo. Cada um na sua casa.

Desde o primeiro grande hit do Major Lazer, “Lean On”, um featuring com a sueca , o grupo sempre buscou apresentar parcerias nada óbvias, com produções que exploram sons e texturas de um jeito muito único. “É só sobre experimentar e trazer novos sons. É o que o Major Lazer sempre tenta fazer, achar os novos sons”, conta Ape Drums em entrevista ao Papelpop. 

O músico é um terço do grupo formado também por Walshy Fire (do sucesso “Verdinha”, da Ludmilla) e Diplo, que tem aproveitado os dias de quarentena pra rever uma série de coisas relacionadas ao próprio trabalho. Por video-chamada conversamos com Drums sobre esta nova era. Leia!

Papelpop: “Lay Your Head On Me” soa um tanto diferente dos hits que acompanhamos desde o disco “Peace Is The Mission”, lá de 2015, por exemplo. Ela já foi gravado durante a quarentena e com uma mensagem em mente?

Ape Drums: A ideia inicial veio do Diplo. A gente tinha versões diferentes e e queríamos que entrasse num álbum nosso, porque não dava pra saber como os fãs reagiriam a Major Lazer com um artista do country. Então era algo que queríamos fazer. A gente basicamente avaliou as versões diferentes e escolheu qual funcionaria melhor. E essa escolha já aconteceu na quarentena. E amamos o jeito que foi lançada!

Entre os colaboradores da composição está também a MØ, né?

Sim! Ela ajudou a gente a escrever.

Legal! E especialmente agora, durante a quarentena, como funciona compor e produzir pra vocês? A troca de letras e faixas rola no e-mail mesmo?

Sim! A gente tem vários grupos no WhatsApp com produtores e outro só com a gente do Major Lazer, onde falamos de novas ideias e artistas. E temos também os grupos de quem está trabalhando em determinadas canções. São muitos! E é assim que a gente se organiza.

As faixas de vocês parecem vindas do futuro! É incrível como vocês transformam samples em texturas novas. Em “Make It Hot”, com Anitta, por exemplo, tem o som de um grilo. Como vêm essas ideias? Acompanhadas de uma intenção específica, ou o som só surge e vai indo?

O som só aparece na hora e, se ele soa bem, é o que precisamos. Tem só que fazer sentido. Não tem muita regra pra música. É só sobre experimentar e trazer novos sons. É o que o Major Lazer sempre tenta fazer, achar os novos sons. O que é novo. Então estamos sempre em movimento, tentando melhorar e fazer a música ser mais interessante e divertida. “Make It Hot” é uma música massa!

“Lay Your Head On Me” é mais calminha do que estamos acostumados. Isso tem a ver com o contexto de pandemia no qual estamos? Já que as pessoas não podem tanto ir a festas, as próximas músicas de vocês vão ter mais essa pegada?

Exatamente! Como disse, a gente ainda não sabia como lançar essa música. Mas escolhemos essa versão, porque achamos que era uma boa, especialmente pra ideia que tivemos pro clipe, que foi todo feito durante o isolamento social. Então a gente foi fundo na ideia. Acreditamos que a música tem a mensagem que se encaixa perfeitamente, assim como o videoclipe. A gente chamou duzentas pessoas do mundo inteiro pra ajudar e mostrar a personalidade delas. Dá pra ver a diversidade do mundo inteiro num vídeo só.  E a gente queria que fosse um vídeo que espalhasse o amor em meio ao ódio, pra dar um pouco de calma um ao outro. 

Vocês já vieram ao Brasil por diversas vezes. Qual a coisa preferida de estar aqui?

Caramba… pra mim, é incrível estar por aí por si só. Por muitos anos, fui muito interessado pela cultura e música daí. Eu sempre via na internet e é doido estar aí pessoalmente. A energia das pessoas, especialmente durante o carnaval. É doido! Sempre falo pros meus amigos viverem isso, porque é incomparável. 

E além dos artistas com quem já trabalharam, quem foram os primeiros brasileiros que você ouviu?

Primeiro encontrei os MCs, lá quando estavam ficando bem grandes, há uns cinco anos. Quando o baile funk estava vindo até pra fora do Brasil. Obviamente ainda era meio underground por aqui. São muitos MCs, mas Bin Laden foi muito grande há um tempo. Foi o cara que estava levando a internet à loucura com a música dele e nos vídeos, sabe? Tem muitos MCs, mas não lembro todos, mas o baile funk é doido. E quando vi pela primeira vez pensei “isso é de outro nível”!

Inclusive, recentemente vocês lançaram canções com Iza e Anitta. Nessa nova fase do Major Lazer, há planos de colaborar com mais artistas daqui do Brasil?

A gente quer fazer mais coisa com outros artistas brasileiros. Ainda não temos as ideias, porque ainda estamos terminando este álbum. A gente quer fazer algo para o carnaval do próximo ano, ou seja lá quando o carnaval vai poder acontecer. A gente quer continuar trabalhando com artistas do Brasil e do mundo inteiro até o fim. Nossa música é feita pra isso, pra colaborar, juntar ideias e gêneros diferentes, sabe? Com certeza!

 

 

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