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Conversamos com a Melim sobre disco gravado em Los Angeles e expectativas para o fim da quarentena

Depois de dominar as rádios nacionais em 2019, a banda Melim está com projeto novo! O grupo lançou no último dia 15 a primeira parte de um novo disco, chamada “Eu Feat. Você”. As oito faixas o trabalho trazem a participação de Lulu Santos, Rael e Saulo, além de explorar novas sonoridades do trio, que agora surge mais maduro e bem “situado”, por assim dizer. Toda a produção foi realizada no icônico Capital Studios, em Los Angeles.

Gabriela, Diogo e Rodrigo já estavam dando pistas do material há algum tempo, lançando inclusive o single “Gelo”. A faixa, que teve o clipe gravado nas montanhas nevadas do Chile, fez um sucesso expressivo nas rádios e plataformas ao narrar um romance que não deu certo. Mas havia mais. No embalo das viagens internacionais, a banda lança nesta semana um vídeo para a faixa homônima com lindas imagens do trio curtindo em Hollywood.

Existe ainda planos para um documentário sobre a construção desta nova empreitada e, claro, muitos outros sonhos a caminho. O Papelpop quis saber um pouco mais e conversou por telefone com Rodrigo, pouco antes do lançamento do projeto. Vem com a gente, que é hit!

PAPELPOP: Como é a sensação lançar algo novo, dessa vez estando em casa?

RODRIGO MELIM: É a mesma sensação do lançamento do primeiro álbum. A gente é muito apaixonado pelo que faz. Na verdade, a gente vai lançar essas músicas agora, mas já vivemos elas há algum tempo, desde a composição. Pra fazer um disco de quinze músicas, a gente precisa de no mínimo trinta ou quarenta músicas, pra poder fazer um processo de seleção. E a gente se apaixona e depois leva pra arranjar. Quando você produz a música, ela toma um outro sentimento. Eu já fico todo bobo imaginando que as pessoas realmente vão conhecer as músicas. E a gente, chegando na etapa final, fica muito ansioso pra conseguir lançar. Dessa vez, na nossa cabeça, chegamos a um resultado muito positivo pra um segundo álbum. É uma responsabilidade muito grande lançar um disco novo depois de um que fez tanto sucesso no Brasil. Você fica pensando “será que vou conseguir lançar um segundo álbum que eu goste igual ao primeiro? Que as pessoas se identifiquem igual?”, mas acho que vai rolar super bem. Todo mundo que escutou e fez parte do processo curtiu muito.

E além do medo do segundo disco, o que vocês sentem que esse disco representa pra vocês? Tem alguma parte específica de vocês que está sendo contada nessas músicas novas?

Todo mundo fala que o segundo álbum é o que consagra o artista, né? Mas em relação a isso estamos bem tranquilos. A gente ama o que faz, então independente de fazer sucesso ou não, só o fato de lançar já nos deixa feliz. Esse álbum, diferente do primeiro, tem músicas mais maduras, no sentido das letras. Tem uma composição que gosto muito, minha e do Diogo, que se chama “Menino de Rua”. Fala um pouco da realidade, porque o Diogo viu uma menina no sinal. E tem uma outra que é para a filha do Diogo, que é “Cabelo de Anjo”. Acho que no primeiro álbum, só “Dois Corações” tinha sido feita assim, diretamente pra alguém. 

Quanto tempo levou pra criar o trabalho?

Não tem como mensurar muito exatamente. A gente foi fazendo as composições na correria dos shows. Tentamos também marcar um camp de composição. Fomos pra uma casa, já faz algum tempo. Chamamos alguns amigos compositores e fizemos entre dez e treze música. Delas, só uma entrou pro disco de fato. Fizemos as pré-produções aqui no Brasil, pra não perder tempo produzindo arranjos no estúdio de gravação, em Los Angeles. Lá, tinha que ser um pouco mais prático. Chegar lá e gravar. Esse processo [de pré-produção] demorou uma semaninha. Aí em Los Angeles, ficamos dez dias e foi meio misturado entre gravação do disco e do documentário, que mostra todos nossos bastidores e vivências por lá.

Como foi a escolha do estúdio no qual vocês trabalharam por lá?

Fomos lá pro Capital Records. É um estúdio incrível. Não dá pra poder explicar em palavras o que é estar num estúdio pelo qual tantas pessoas já passaram. Saber que eram artistas que você admirava a vida inteira e que você está trilhando o mesmo caminho ali. Fiquei imaginando que o disco está tão maneiro que, um dia alguém vai poder ir lá também e dizer “poxa, Melim esteve aqui”. O Diogo gravou uma voz de uma música num microfone usado pelo Frank Sinatra. E disseram pra gente que o John Mayer também gravou o documentário por lá na mesma sala por meses. Todos os integrantes dos Beatles, já não como a banda, também já gravaram lá. Nós somos os primeiros brasileiros a fazer um disco nesses estúdios. Teve até um dia que a gente botou no estúdio uma música do Frank Sinatra em alto pra imaginar que ele estava lá. Como ele fazia as gravações ao vivo, o som é bem orgânico. A gente fechou os olhos e ficamos só imaginando. 

Você comentou sobre ter surgido músicas na turnê, certo? Como é isso? Vocês viajam com um equipamento de gravação, ou as ideias vão todas pro celular mesmo?

O mas prático é gravar no celular ou no tablet. A gente vai gravando melodias e, se a gente chega tranquilo no hotel depois do horário do show, a gente tenta colocar letra nas melodias e vai fazendo uma matemática. Pensando “ah, já temos bastante reggae, ou o disco precisa de mais pop, uma mais MPB…”, a gente vai dosando e mandando pros nossos produtores. Eles vão ouvindo e opinando. E vai surgindo. É engraçado como as coisas vão fluindo. Ouvindo, às vezes as pessoas acham que as músicas foram feitas de uma vez, já inteiras. E não é assim. “Eu Feat. Você”, que é nossa primeira música de trabalho desse projeto de mesmo nome, foi uma ideia que fiz com a Gabi. A gente gostava, mas não sabia se era exatamente aquilo. O Diogo ouviu e disse que a música poderia ir pra outro lugar, mas o início estava incrível. Mostrando pros produtores, ninguém se convenceu muito. Depois, o Diogo se ofereceu pra fazer algo e, no avião depois de um show, ele apresentou uma melodia muito boa. Mas a gente não achava o refrão de jeito nenhum. E a Gabi gostou tanto da melodia que o Diogo escreveu, que ela achou que já poderia ser o refrão da música. E assim vai surgindo. É engraçado como essas coisas são coincidência e, no fim, tudo faz muito sentido.

Ainda sobre o processo de criação das faixas, “Meu Abrigo” tem várias versões, lançadas desde 2016, com diferentes texturas e tons. Vocês veem as composições como esse material que pode ir sendo transformado com o tempo?

Acho maneiro como a música não tem muita regra. “Meu Abrigo” tem três versões, a acústica, a produzida e a final, que todo mundo conhece. Acho que hoje em dia, o ideal é fazer algo que já possa ser o produto final, porque tudo que a gente lança tem muito alcance. Mas pra bandas novas, acho que não tem problema. Depois você relança com gravadora e tal. Quando as pessoas estiverem preparadas para seu disco, você faz outras produções para as músicas. “Meu Abrigo” já tinha três anos quando a gente começou a trabalhar nela. Não fez diferença, a gente colocou na rádio e os fãs já não aguentavam mais. Mas às vezes é um processo que leva mais tempo mesmo, pra poder chegar a nível nacional. Até hoje, ela está no top 100 do Spotify. A gente trabalha outras músicas, que sobem e descem, mas “Meu Abrigo” fica.

No fim das contas é sobre a música ser boa, né?

Exatamente!

De onde veio a vontade de dividir este novo disco em dois lançamentos?

Foram algumas coisas. A primeira delas é que a gente não ia realmente conseguir lançar ele inteiro, por conta do coronavírus. A gente não teve tanta facilidade pra finalizar. Mas como as primeiras já tinham as vozes principais, a gente gravou os backings em casa. A gente já tinha os microfones e outras coisas aqui. Os backing vocals na nossa concepção são uma coisa muito importante, ter as brincadeiras e tal. E a gente fez em casa. Mas pra gravar todo o resto, não ia dar. Mas não é só por isso. É também porque a gente quer trabalhar algumas músicas da segunda parte e nossa equipe decidiu esperar pra lançar essa segunda parte do disco. Trabalhar as partes separadas. É interessante ter ondas de lançamento, pros fãs irem consumindo e ir dando atenção.

Vocês fizeram muitos shows pro trabalho anterior. Como é, dessa vez, precisar esperar um pouco pra apresentar as novas canções ao vivo pros fãs? Qual a expectativa?

A gente vai gravar esse momento quando acontecer, pra provavelmente entrar no documentário. Como um final, né? O último capítulo vão ser as músicas sendo recebidas pelo público. Acho que vai ser incrível, porque estava até conversando com o Diogo sobre como vamos lançar o disco e ficar meses sem fazer show. A gente nunca viveu isso de não ver o crescimento da música. Quando a gente chegar pra fazer o show, as pessoas já vão estar cantando tudo. Vai ser muito louco e parecer que as músicas sempre foram sucesso. Estou muito ansioso pra saber como vai ser. Principalmente “Eu Feat. Você”, que é bem alegre e dançante. Já imagino a gente entrando no palco e todo mundo batendo palma. Acho que vai ser muito legal, cara!

Vem ouvir o trabalho com a gente!

 

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