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música

Melhor amigo de Lady Gaga em “Nasce uma Estrela”, Anthony Ramos lança álbum autoral

Talvez você nunca tenha ouvido falar em Anthony Ramos, mas com certeza já o viu na pele de Ramon, o melhor amigo de Lady Gaga em “Nasce uma estrela”, ou ainda interpretando Mars Blackmon na série “Ela Quer Tudo”, de Spike Lee. Em breve, o nome do ator e cantor de 28 anos que, também fez parte do elenco original de “Hamilton”, não vai mais passar despercebido. Hoje, Ramos lança o primeiro álbum da sua carreira.

Intitulado “The Good and The Bad”, o disco de R&B é uma vitrine perfeita para este artista em ascensão. As 12 faixas contam a odisséia que este nova-iorquino de origem porto-riquenha passou até chegar onde chegou. No álbum, o cantor se revela um excelente contador de histórias — ele assinou cada verso com a ajuda do produtor e melhor amigo Will Wells, que conheceu na época de “Hamilton” — e cativa pela força da sua vulnerabilidade. “Eu tinha muita coisa para tirar de dentro de mim”, contou durante uma listening party intimista nos estúdios Ferber, em Paris, ao lado de Wells.

Por isso mesmo, resolveu chamar o projeto de “The Good and The Bad”, nome do segundo single do CD que fala dos perrengues e dramas da sua vida, tão fundamentais quanto as grandes conquistas para entender onde se encontra hoje. Canção de abertura, “Dear Diary” é uma carta de amor à família e aos amigos na qual ele anuncia que vai sair de casa em busca dos sonhos. A melancolia das cordas do início dá lugar a uma explosão no refrão com perfume gospel, passando a mistura de melancolia e excitação que deve ter sentido ao deixar Bushwick, bairro no Brooklyn onde nasceu e cresceu, para tentar a carreira em Los Angeles.

Na animada “Auntie’s Basement”, ele compara as experiências em red carpets e festas glamurosas com as noites no porão da tia comendo pedaços de pizza de 1 dólar com os amigos. “One more hour” relembra os encontros escondidos no início do namoro com a atriz e cantora Jasmine Cephas Jones, logo depois dos ensaios de “Hamilton”, onde se conheceram. “Sabe quando você não quer que a noite acabe?”, perguntou aos presentes. A relação com Jones, de quem está noivo, também resultou na sexy “Mind Over Matter”, um dos pontos altos do disco. “Queria fazer uma música sobre sexo que espelhasse a realidade de pessoas como eu, que estão em relações estáveis. Não tenho estilo de vida de rappers, regado à boates e Rolls Royces!”, explicou, aos risos, sobre o terceiro single do álbum.

Duas outras mulheres protagonizam as carismáticas “The Good and The Bad” e “Have Me”, faixas que encerram este disco autoral. Na primeira ele relembra como Sarah, professora de teatro do colégio, mudou sua vida apostando no potencial artístico do aluno. “Não tinha notas altas o suficiente para conseguir uma bolsa de estudos. Sarah me ajudou a conseguir uma no American Musical and Dramatic Academy, chegando até a pagar os selos dos envelopes de inscrição porque sabia que eu não tinha dinheiro”, contou.

Se em “Dear Diary” ele sai de casa, “Have Me” é um retorno emocionante. O piano choroso do início aos poucos dá espaço a uma celebração de volta às raízes. “Minha mãe sempre me contou que, quando criança, sempre sentava na janela de casa e dizia que queria sair dali. Quando finalmente sai à procura de mim em outros lugares, me dei conta de que o paraíso sempre esteve em casa”, concluiu, com os olhos marejados, a apresentação deste álbum que não inventa a roda, mas a executa com muito talento e carisma.

“The Good and The Bad” já está disponível nas plataformas de streaming!

**Colaborou Isabel Junqueira, que acompanhou a audição do disco em Paris

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