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Ao The New York Times, Madonna fala sobre envelhecimento, estadia em Lisboa e contato com Donald Trump

A uma semana do lançamento de “Madame X”, seu 14º álbum de estúdio, Madonna foi capa da The New York Times Magazine, divisão de entretenimento do respeitado jornal norte-americano. Na companhia do fotógrafo JR., a rainha topou embarcar em uma retrospectiva da própria carreira em um ensaio fotográfico lindíssimo.

Nele, M interage com instalações feitas a partir de fotos suas tiradas décadas atrás – porta de entrada para um longo bate papo intitulado “Madonna aos 60”. Apesar de estar centrada no lançamento de suas novas canções, a conversa rendeu e a artista voltou a falar sobre a solidão que sentiu ao se mudar para Lisboa, capital portuguesa que serviu como fonte de inspiração para o disco.

Segundo ela, a ideia de isolamento muito provavelmente se deu pelo fato de ter escolhido um castelo para viver.

“É muito medieval, parece um lugar onde o tempo parou. Parece muito fechado. Apesar de Lisboa ter uma vibração cool, eu me sentia muito afastada de tudo. Era o futebol, a escola dos meus filhos e pronto. Queria mesmo era fazer amigos”.

Madonna também comentou brevemente sobre o vazamento das faixas do álbum “Rebel Heart”, em 2015. Na ocasião, mais de 60 demos produzidas pela cantora caíram na internet antes de seu lançamento oficial – situação que, em suas próprias palavras, a deixou desmotivada.

“Não há palavras para descrever o quão devastada fiquei. Levei um tempo para me recuperar, e senti um gosto amargo na boca. Não estava realmente interessada em fazer música. Me senti violada”.

Sobre chegar aos 60 anos em plena atividade, Madonna disse simpatizar com a forma com que mulheres de meia idade ficam confusas com as mídias sociais, sem saber como projetar uma imagem atraente sem depender de qualquer aparato de beleza considerado “juvenil”.

“Você não consegue vencê-lo (envelhecimento). Uma imagem da sua bunda vai te trazer mais seguidores, mas também vai te dar mais detratores e críticos. Você fica naquele impasse”.

Além de revelar detalhes sobre sua preciosa coleção de arte, citando nomes que admira como Frida Khalo, Salvador Dalí, Tamara de Lempicha e Francis Bacon, a rainha também reservou um trecho da entrevista para falar sobre sua convivência com o presidente norte-americano, Donald Trump, e o produtor Harvey Weinstein.

Ela voltou a negar o rumor espalhado pelo próprio presidente de que teria o convidado, ainda nos anos 1990, para um encontro. Segundo Madonna, a relação de ambos se deu apenas pela locação de uma casa do empresário em Palm Beach, nos Estados Unidos, usada para filmagens de um comercial.

“Filmamos um comercial da Versace em uma casa dele. Ele ligava o tempo todo e dizia ‘Está tudo bem? Tudo confortável? Você está feliz?’. Trump e Weinstein tentavam compensar a insegurança que sentiam. Um homem que se sente seguro, alguém que se sente seguro de si, não sai por aí fazendo bullying com as pessoas”.

Com Weinstein, M disse que as investidas foram ainda mais além. Juntos os dois trabalharam na produção do documentário “Na Cama com Madonna”, lançado em 1991.

“Ele cruzou todo tipo de linhas e barreiras, flertou comigo e fez propostas sexuais. Ele era casado e eu certamente não estava interessada nos avanços dele. Sabia que Harvey fazia o mesmo com outras mulheres na indústria. Todo mundo dizia ‘Harvey pode fazer isso porque ele tem poder e sucesso, os filmes dele vão bem e todos querem trabalhar com ele'”.

Ainda de acordo com a cantora, quando as denúncias contra o diretor vieram à tona, seu pensamento foi um só: o de que a justiça tinha sido feita.

“Quando aconteceu, pensei: ‘Bom, finalmente’. Não que estivesse comemorando, porque nunca vou comemorar algo de ruim acontecendo com alguém. Só não é um bom karma. Achei bom que alguém que estava abusando de seu poder por tantos anos finalmente foi denunciado e teve que responder por isso”.

A entrevista (em inglês) e mais fotos do ensaio podem vistos clicando aqui. “Madame X”, novo álbum de Madonna, chega às plataformas no próximo dia 14.

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