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música

Com notas altíssimas e muitas referências, Greta Van Fleet se apresenta no Lollapalooza

Receber o convite para assistir ao show de uma banda definida como herdeira do Led Zeppelin, como é o caso do Greta Van Fleet, não é tarefa fácil. Acontece que, antes mesmo de chegar ao local da apresentação, na maior parte das vezes já se cria um pré-julgamento sobre o que vem (e isso pode ser extremamente prejudicial na hora de uma avaliação).

No caso do quarteto norte-americano, atração do Festival Lollapalooza 2019 neste domingo (7), nós quisemos comprovar se essa constante associação fazia sentido. Antes mesmo de subir ao palco, a galera já gritava seu nome, um bom motivo pra entrar sem atraso, assim como aconteceu com a maior parte dos shows do evento em seu último dia, e muito gás.

Para a abertura do set, a banda esquentou os ânimos com solos de guitarra. Tudo bem cru, para só então chegar “The Cold Wind”, faixa de seu disco de estreia, “From The Fires”, lançado há quase dois anos. Com vocais poderosíssimos e muito precisos, embora um tanto estridentes em determinados momentos, o vocalista Jake Kiszka, alinhado a seus companheiros, tomou o público pela mão e o levou até as entranhas do que há de mais novo no que tem sido feito no gênero que escolheram.

Não há como negar: há muitas referências aos anos 1970, a começar pelos figurinos, sempre cheios de brilho e compostos por peças como coletes e calças de cintura alta, além de acessórios como colares e pulseiras extravagantes. Quanto ao som, notas altíssimas alcançadas em praticamente todas canções. A gente amou “Safari Song” e “Flower Power” – esta última acompanhada por um órgão.

A verdade é que os caras arrebentam, viu? Além de botar a galera pra dançar enquanto empunhava seu microfone, sempre ligado a um amplificador que parecia ser dotado de algum poder supersônico, também rolou um entrosamento bonito demais com a plateia brasileira, até mesmo durante “Watch Me”, cover escolhido para a noite (a faixa original é de Labi Siffre).

Longe de qualquer um daqueles debates descabidos sobre o rock ter morrido ou não, as palmas constantes, as mãos erguidas e a vibe deliciosa que tomaram conta de todo o espaço do Autódromo de Interlagos onde era possível ouvi-los durante “Black Smoking Rising” e “Watching Over”.

Se o negócio foi botar a galera numa viagem sonora, nenhuma decepção também. Com longos instrumentais que apontaram uma exploração única dos riffs de guitarra, “Black Flag Exposition” e “Highway Tune” ocuparam o posto de donas da noite, fechando a setlist e nos dando a certeza de que, além de não faltar vontade de vê-los ao vivo novamente, Greta Van Fleet faz jus a cada um dos elogios que recebe.

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