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Pop gostosinho: o que a gente achou do novo disco do James Bay

Numa vibe bem diferente do trabalho anterior, o cantor inglês James Bay lançou seu novo disco, “Electric Light”, na sexta passada (18). Desde o início do ano, material novo estava sendo lançado, como os singles “Wild Love”, ‘Pink Lemonade” e “Us”, que agora tem inclusive uma versão bem gostosa com a Alicia Keys.

Bay não lançava nada novo desde 2016 e, já nesses singles, dava pra perceber que a sonoridade e postura do artista seriam um tanto diferentes do que as apresentadas no primeiro disco, o “Chaos and The Calm”, que rendeu os sucessos “Let It Go” e “Hold Back The River”.

Essas canções marcaram James Bay com uma imagem meio… folk, de um rock mais suave, certo? É, esse disco veio pra mudar isso. A produção musical geral do projeto é assinada por Paul Epworth, que é conhecido por ter feito diversas canções pra Adele, Coldplay e Florence + The Machine. Junto com ele, tem James Napier, que já produziu pro Disclosure e Clean Bandit. OU SEJA: podem entrar, hinos!

A primeira faixa de “Electric Light” é uma intro bem cinemática (e talvez dramática demais) que tem como trilha uma bateria que ao fim se mostra, na realidade, o início da primeira canção. Decisão interessante. Aliás, essa canção, “Wasted On Each Other”, começa não prometendo muito. Até entrar um pré-refrão MARAVILHOSO, com autotune demais (claramente por estética), em que Bay entrega um som meio BØRNS. Salvei pra aba de “Minhas Músicas” na primeira ouvida.

Falando em autotune demais, nesse disco, o cantor se permitiu a experimentar novas texturas na voz, usando esse e outro efeito, o vocoder. Por nome, pode parecer estranho, mas são aquelas bem conhecidas camadas de voz meio robóticas que criam quase um coral, que Imogen Heap e Kanye West usam bastante, por exemplo.

Falando em West, parece que o rap também foi uma das influências pro disco, principalmente na cadência que James entrega na canção “In My Head”, que tem o refrão mais chiclete do disco. Depois de ouvir, realmente vai ser difícil de tirá-la da “sua cabeça” (com todo o perdão do trocadilho). A canção tem um som de sintetizador que imediatamente me lembrou de Chet Faker. Também dá pra sentir, propositalmente ou não, um tanto de The Neighbourhood e Twenty One Pilots, na estrutura e nos vocais. É, o garoto James Bay está com umas referências muito boas.

Apesar da mudança entre o trabalho anterior e este, que parece bem autêntica, o James antigo não está sumido de vez: as faixas “Just For Tonight” e “Slide” (e a até o single “Us”) trazem um som mais folk e com menos batidas eletrônicas.

Um destaque do disco é a canção “I Found You”, principalmente se você está procurando coisa nova pra playlist de sarrar bem gostosinho com o mozão. É sexy. É meio blues, por causa do ritmo e do combo coral meio gospel + órgão. Meio R&B.

Aliás, logo no início da primeira audição do disco, dá pra pensar que Janelle Monáe era uma influência, mas… progredindo, dá pra sentir um pouco da influência de quem influenciou ela, na verdade: Prince. Algumas músicas têm uma carga de R&B muito interessante. Principalmente em “Fade Out”.

Isso deixa o trabalho mais completo e complexo. Mais sensual. Faz dele um baita disco. Que se amarra de forma coesa através da narrativa paralela construída pelas faixas de intro/interlude, que têm uns diálogos meio de filme.

Falando nisso, muitas canções crescem a chegar num nível cinemático. Aquela parede de som dramática lá pelo último refrão, bem trilha sonora. Isso pode incomodar um pouco, por parecer… DEMAIS, sabe?

De qualquer forma, parece que as diversas referências no pop alternativo atual foram muito honestas, pois “Electric Light” é um exemplo ótimo de como dá pra não ficar parado no tempo. Que dá pra se reinventar com sons mais atuais e comerciais sem se perder, ou ficar genérico e derivativo. (E obrigado, James Bay, por não ter se perdido nas referências e acabar usando sons de bateria hip hop igual todo mundo tem feito.)

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