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cinema

Globo de Ouro: Oprah Winfrey faz discurso poderoso contra a desigualdade

O prêmio honorário Cecil B. DeMille do Globo de Ouro 2018 foi para a maravilhosa Oprah Winfrey, que se tornou a primeira mulher negra a recebê-lo.

Quem introduziu o prêmio foi a amiga Reese Witherspoon; as duas atuaram juntas no filme “Uma Dobra no Tempo”, que estreia neste ano.

Rainha da televisão americana, Oprah também arrasa no cinema. Ela atuou e produziu vários filmes, como “A Cor Púrpura”, “Bem-Amada”, “Selma”, “O Mordomo da Casa Branca”, “Preciosa” e muitos outros.

Como não poderia deixar de ser, Oprah fez um discurso impactante e poderoso, começando ao lembrar de quando era jovem e viu Sidney Poitier vencendo o Oscar de Melhor Ator muitos anos atrás pelo filme “Uma Voz Nas Sombras”. Ele foi o primeiro artista negro a ganhar a estatueta.

“Eu nunca tinha visto um homem negro homenageado daquele jeito, e não consigo descrever o que aquele momento significou para mim. Em 1982, Sidney recebeu o Cecil B. DeMille aqui no Globo de Ouro, e eu tenho consciência de que neste momento há garotas assistindo eu me tornar a primeira mulher negra a receber esse mesmo prêmio.”

Entre agradecimentos, Oprah também falou sobre como os tempos estão mudando:

“É a dedicação insaciável para descobrir a verdade absoluta que nos impede de fechar os olhos à corrupção e à injustiça, aos tiranos e vítimas, aos segredos e mentiras. Eu valorizo a imprensa mais do que nunca, à medida que tentamos passar por esses tempos complicados. Eu tenho certeza de que falar a sua verdade é a ferramenta mais poderosa que temos, e sou muito orgulhosa de todas as mulheres que se sentiram fortes o suficiente para se manifestarem e compartilharem suas histórias.”

No fim, ela citou Recy Taylor, que lutou por justiça ao ser estuprada por seis homens em 1944 e que faleceu no fim de 2017.

“Rosa Parks se tornou a principal investigadora em seu caso e juntas elas procuraram justiça. Mas justiça não era uma opção na era de Jim Crow. Os homens que tentaram destruí-la nunca foram processados. Recy Taylor morreu dez dias atrás. Ela viveu, como todos vivemos, muitos anos numa cultura quebrada por homens brutalmente poderosos. Por muito tempo, mulheres foram desacreditadas se ousavam falar suas verdades contra o poder desses homens. Mas o tempo deles acabou. E eu só espero que Recy Taylor tenha morrido sabendo que sua verdade, como a verdade de tantas outras mulheres que foram atormentadas naqueles anos, e que são até hoje atormentadas, continua viva. Estava em algum lugar no coração de Rosa Parks, quase 11 anos depois, quando ela tomou a decisão de ficar sentado no ônibus em Montgomery, e está aqui com todas as mulheres que escolhem dizer ‘eu também’. E em cada homem que escolhe ouvir. Na minha carreira, o que sempre tentei fazer, seja na televisão ou no cinema, é dizer algo sobre como homens e mulheres realmente se comportam. Dizer como vivenciamos vergonha, como amamos e como nos enfurecemos, como falhamos, como recuamos, perseveramos e como superamos. Entrevistei e mostrei pessoas que resistiram às coisas mais feias que a vida pode jogar em você, mas a qualidade que todas elas parecem compartilhar é a capacidade de manter a esperança por uma manhã mais brilhante, mesmo durante nossas noites mais sombrias. Então eu quero que todas as garotas assistindo aqui, agora, saibam que um novo dia está por vir! E quando esse novo dia finalmente chegar, será por causa de muitas mulheres magníficas, muitas das quais estão aqui conosco nesta noite e alguns homens bastante fenomenais, lutando para garantir que se tornem os líderes que nos levem ao tempo em que ninguém nunca mais precise dizer ‘eu também’.”

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