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Ellen Page denuncia atitudes homofóbicas e sexistas de Brett Ratner, diretor de “X-Men”

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TORONTO, ON - SEPTEMBER 09: Actress Ellen Page of 'The Cured' attends The IMDb Studio Hosted By The Visa Infinite Lounge at The 2017 Toronto International Film Festival at Bisha Hotel & Residences on September 8, 2017 in Toronto, Canada. (Photo by Rich Polk/Getty Images for IMDb)

A atriz Ellen Page publicou nesta sexta-feira, 10, um texto em seu Facebook falando sobre algumas atitudes homofóbicas e sexistas feitas por Brett Ratner, diretor de “X-Men: O Confronto Final”.

Ellen já começa o post escrevendo:

“‘Você deveria transar com ela para fazê-la perceber que ela é gay.’ Ele disse isso sobre mim durante um encontro entre elenco e equipe antes de começarmos a filmar ‘X-Men: O Confronto Final’. Eu tinha dezoito anos. Ele olhou para uma mulher dez anos mais velha do que eu ao meu lado, apontou para mim e disse: ‘Você deveria transar com ela para fazê-la perceber que ela é gay.’ Ele era o diretor do filme, Brett Ratner.”

Ellen interpretou a Lince Negra no filme. A atriz Anna Paquin, que fez a Vampira, disse que estava presente no momento do comentário de Ratner e que apoia a colega.

Ela conta que naquela época ainda não havia admitido para si mesma que era lésbica, e se sentiu violada com o ocorrido. “Ele me ‘tirou do armário’ sem considerar o meu bem-estar, um ato que todos reconhecemos como homofóbico. Continuei a observá-lo no set dizendo coisas degradantes para as mulheres. Lembro de uma mulher caminhando pelo monitor enquanto ele fazia um comentário sobre sua ‘vagina larga’.”

Em outra ocasião, Ellen confrontou Ratner:

“Ele estava me pressionando, diante de muitas pessoas, para vestir uma camiseta escrito ‘Time Ratner’. Eu disse que não vestiria e ele insistiu. Eu respondi: ‘Eu não estou na sua equipe.’ Mais tarde, os produtores do filme vieram ao meu trailer para dizer que eu ‘não podia falar assim com ele.’ Eu estava sendo repreendida, mas ele não estava sendo punido nem despedido pelo comportamento descaradamente homofóbico e abusivo que todos testemunhamos. Eu era uma atriz desconhecida. Eu tinha dezoito anos e não tinha ferramentas para saber como lidar com a situação.”

Ratner não foi o único diretor com o qual Ellen precisou lidar – segundo ela, um outro cineasta levou a atriz para um jantar profissional quando ela tinha 16 anos. Debaixo da mesa, ele acariciou a perna de Ellen e disse: “Você precisa dar o primeiro passo, eu não posso.

“Eu me recusei e tive a sorte de sair daquela situação. Foi com dor que percebi que minha segurança no trabalho não estava garantida. Uma figura de autoridade adulta para quem eu trabalhava pretendia me explorar fisicamente. Fui assediada sexualmente meses depois. Um diretor pediu que eu transasse com um homem de vinte e poucos anos. Eu não fiz. Isso é só o que aconteceu quando eu tinha 16 anos, uma adolescente na indústria do entretenimento.”

Ellen ainda falou que se arrepende de ter feito um filme com Woody Allen, “Para Roma Com Amor”, e terminou falando sobre as recentes revelações de assédio e abuso sexual em Hollywood:

“O que eu mais quero é que as vítimas se curem. Que Hollywood acorde e comece a tomar responsabilidade por como todos nós tivemos uma participação nisso. Quero que reflitam sobre esta questão endêmica e como essa dinâmica de poder de abuso leva a uma enorme quantidade de sofrimento. A violência contra as mulheres é uma epidemia neste país e em todo o mundo. Como essa cascata de imoralidade e injustiça moldam nossa sociedade? Um dos maiores riscos para a saúde de uma mulher grávida nos Estados Unidos é o assassinato. As mulheres trans negras neste país têm uma expectativa de vida de 35 anos. Por que nós, como sociedade, não falamos disso? Devemos lembrar as consequências de tais ações. Problemas de saúde mental, suicídio, transtornos alimentares, abuso de substâncias, para citar alguns. (…) É triste que ‘códigos de conduta’ tenham que ser aplicados para garantir a decência e o respeito humano. A inclusão e a representatividade são as respostas. (…) Não se deixem ignorar as vozes das vítimas. Não parem de exigir nossos direitos civis. Sou grata a todos os que falam contra o abuso e o trauma que sofreram. Vocês estão quebrando o silêncio. Vocês são a revolução.”

Leia o texto na íntegra em inglês:

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