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Jojo Toddynho x Jojo Maronttinni: mudar de nome é uma boa?

música

‘Vai Malandra’, ‘Encaixa’ ou ‘Agora Vai Sentar’? Nenhuma das anteriores. A música que corre por fora como hit deste Carnaval é ‘Que Tiro Foi Esse’, da cantora Jojo Toddynho – ou melhor dizendo, Jojo Maronttinni. Cedo ou tarde, a carioca teria que trocar o seu nome artístico para não ter maiores problemas com a marca de achocolatado.

Mas a escolha desta nova alcunha não tem a cara da funkeira que conhecemos. Para algum desavisado, Jojo Maronttinni poderia ser fácil alguma personalidade da high society.

Mudar o nome assim é uma tarefa árdua, convenhamos. Achar algum nome que tenha a ver com a pessoa, um nome que as pessoas irão conseguir procurar no Spotify e lembrar para comprar algum ingresso, um nome que tenha carisma, não é fácil. O que eu senti falta neste novo nome foi a irreverência que ela carregava. Por um momento é difícil associar Maronttinni com a história vencedora da funkeira que já foi camelô e, agora, aparece em programas globais e divide palco com a Anitta.

O nome verdadeiro de Jojo Maronttinni é Gleise de Jesus Menezes, carioca da gema e de 20 anos. Antes de estourar com este tiro, ela mantinha vídeos esporádicos no Facebook e YouTube sobre auto-ajuda e relacionamentos. Por mim, ela poderia ter feito como Ludmilla e assumido o nome do RG. Porém, com um hit tão forte e com o nome Toddynho associado, ficou difícil abandonar este título. Se ela fosse utilizar apenas Jojo, iria esbarrar numa cantora americana.

Além de mudar o nome por se livrar de processos por marcas, alguns artistas não apenas seguem linhas filosóficas como a cabala ou colocam a sua vida em prognósticos supersticiosos duvidosos. Uma grande parcela mudou o nome e seguiu rumo ao estrelato. Quem iria imaginar que a mudança de Girl’s Tyme para Destiny’s Child seria um grande acerto? O que significa Lylas perto de Fifth Harmony? O Maroon 5 tem que agradecer o anjo que fez seus integrantes desistirem de Kara’s Flowers. Por um momento, Coldplay já se chamou Starfish…

Com a mistura de funk e tecnobrega de ‘Que Tiro Foi Esse?’, Jojo alcançou lugares cobiçados dentro de plataformas como Spotify e Deezer, além do YouTube Brasil. Antes desta música, ela tinha lançado a faixa ‘Sentada Diferente’, uma canção típica do novo funk brasileiro. Flautas, batidas secas e a todos elementos ideais de samples para sarrar e fazer o passinho. A letra é direta e dispensa qualquer metáfora: “Vem tomar Toddynho que eu tô muito quente”.

O timing de uma figura como a Jojo é importante para o mercado brasileiro. Por quê? Muito se fala de lutar contra estereótipos, mas ainda não tinha vingado uma cantora plus size, negra e de origem humilde como ela. Esperamos que após a festa da carne, ela venha com mais produções que derrubem pessoas por aí, não?

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O jornalista paulistano, produtor musical e marketeiro Brunno Constante analisa, pondera, escreve e traz novidades sobre música no Papelpop todas as terças-feiras.

Fita Cassete é o alterego de Brunno quando ele fala sobre o assunto.

Quer falar com ele? Twitter: @brunno.


* A opinião do colunista Brunno Constante não necessariamente representa a opinião do Papelpop. No entanto, por aqui, todas as opiniões são bem-vindas. :)

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