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música

Hayley Williams fala do sexismo que sofreu por ser vocalista do Paramore

Como é sabido, Hayley Williams é a vocalista do Paramore por mais de 14 anos, e por alguns integrantes terem saído do grupo (como Josh e Zac Farro, mas o último voltou em 2017), muitas pessoas a leem como alguém “difícil de lidar”, como se o problema fosse apenas ela.

Para a Vulture, a artista comentou como esses tipos de pensamento são, na verdade, sexistas.

“Acho interessante que bandas que amamos que passaram por mudanças de formação – mesmo bandas que não passaram – tenham sido honestas sobre o quanto eles se odeiam, e você nunca questiona sua lealdade. Você nunca pensa, ‘Ah, Thom Yorke deve ser a porra do Hitler dos Radiohead.’ Ele pode ser um idiota. Será que é simplesmente porque eu sou uma mulher? Eu poderia ter tido um pinto e a história não teria tido nenhuma força. Por muito tempo eu fiquei brava. Agora eu olho para trás e acho que precisávamos disso para acontecer. Precisava haver infecções cortadas. Nós precisávamos derramar sangue.

Daí, comentou como foi necessário Josh ter saído do grupo. “Ele mesmo fez essas incisões. Isso foi tão doloroso. Mas a toxicidade entre nós, os cinco? Nós não éramos realmente amigos naquele momento. Agora, quando encontro o Josh, quase não sinto nada. Nenhuma parte de mim é acionada”, disse.

Com o passar dos anos ela acabava ficando mais quieta, mais silenciada. Revelou como era mais difícil ser uma mulher na música naquela época, que não sabia como a cena emo poderia ser tóxica. Contou de uma vez que um dos integrantes do Taking Back Sunday falou de sua vagina durante a turnê e ela ficou constrangida:

“A cena pop-punk e emo no início dos anos 2000… Era brutalmente misógina. Muito sexismo internalizado, e mesmo quando você teve a sorte de conhecer outras bandas que eram gentis e respeitosas, havia outras merdas que não eram. E eu era muito espirituosa (…). Mais tarde, nós fizemos uma turnê com uma banda e estávamos no ônibus deles e um dos amigos deles falou algo sobre a minha vagina. Na minha frente.”

Continuou:

“Eu tinha literalmente 16 anos, prestes a completar 17. Todos estavam rindo. Ninguém prestou atenção, porra… eu estava tipo: ‘Por que você acha legal falar da minha vagina?’ (…)  A banda era o Straylight Run – um dos caras do Take Back Sunday e sua irmã. Ela foi a minha salvadora. Foi a primeira vez que eu fiz uma turnê com uma mulher. Ela era muito mais velha que eu. Mas John [Nolan do Take Back Sunday] estava tão irritado. Uma vez que eu falei como me sentia, foi como se eu tivesse criado um vácuo: Ah, sim, isso não está bem. Eu era muito mais ousada quando surgia a oportunidade de falar por mim mesma, porque a internet não era o que é hoje. Apenas dois anos depois, eu fiquei bastante silenciosa”.

Por sorte, hoje Hayley percebe como é importante ser feminista. “Estou no ponto agora em que se alguém não pode se chamar de feminista, macho ou fêmea, eu fico tipo, “O que você é então?”. Eu gostaria que não tivesse que ser uma palavra – o feminismo. É apenas decência comum”, argumentou.

A dona de “Simmer” agora promove suas músicas solo, e seu primeiro álbum completo chega no dia 08 de maio. Ouça o EP aqui:

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