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Jeremy Zucker fala ao Papelpop sobre primeiro álbum, que chega cheio de sofrências

Você conhece ele? O cantor norte-americano Jeremy Zucker lançou nesta sexta-feira (17) o seu álbum de estreia, que se chama “love is not dying”. O projeto chega na sequência de singles de sucesso, como “comethru”, e dos oito EPs que ele liberou desde o início da sua carreira, lá em 2015.

De acordo com o próprio artista, “o disco definitivamente é para ser ouvido durante o isolamento porque ele foi composto na solidão”. Ao todo, são 15 faixas com os vocais e as batidas suaves que já caracterizam o trabalho de Jeremy.

Para saber mais detalhes do novo álbum, nós batemos um papo com o cantor por videochamada. Durante a entrevista, Jeremy Zucker refletiu sobre a sua trajetória e explicou porque “love is not dying” pode agradar diferentes tipos de pessoas.

Bora conferir!

Papelpop: Como você soube que estava preparado para o lançamento do seu álbum de estreia?

Jeremy Zucker: Senti que estava pronto há bastante tempo. Eu queria lançar um álbum de estreia desde que eu liberei o EP “Idle” anos atrás, mas acho que continuei investindo em outros projetos porque não tinha tido tempo para acumular todas as músicas que queria em um álbum. 

Como foi o processo de criação do disco? Demorou quanto tempo?

Eu comecei a compor para o álbum há cerca de um ano e meio, assim que encerrei a minha primeira turnê nos EUA. As primeiras músicas que escrevi foram “julia”, “always i’ll care” e “somebody loves you”. Depois disso, eu fiz shows na Europa e escrevi várias outras canções enquanto estava em casa ou na estrada. Durante esse período de composição, também fiz alguns festivais e me apresentei na Ásia.

Em uma entrevista recente, você disse que todas as canções do álbum são sobre experiências pessoais. Considerando a sua fama crescente, não dá medo de se expor assim?

Não. Por alguma razão, já me perguntaram isso antes e eu não tenho medo. Ser vulnerável e honesto não é difícil para mim. Acho que fico muito empolgado com a música que resulta disso. Geralmente sou tímido e introvertido, mas enquanto estou escrevendo canções eu não me importo de colocar as coisas ali. Eu me sinto tão orgulhoso e confiante na música que posso fazer qualquer coisa com ela, colocá-la em qualquer lugar sem ter medo de que as pessoas saibam demais.

Pesquisando sobre a sua carreira, eu descobri que você se formou na faculdade em 2018. Por que decidiu levar isso até o fim enquanto também se dedicava à música? Tem algo que você gostaria de ter sabido naquela época?

Quando eu comecei a faculdade, eu não tinha nenhuma música no meu nome. Enquanto estava estudando, abandonar a faculdade e começar a me dedicar 100% à música não parecia uma decisão que eu podia tomar. Não achava que ia ser bem sucedido considerando como as coisas estavam caminhando. Na verdade, eu nunca realmente pensei em largar o curso porque a música era algo que eu sempre conseguia fazer por fora. Foi desse jeito que conquistei uma carreira musical ao longo dos meus quatro anos de graduação. Na época da formatura, eu já tinha mais suporte e achei que conseguiria me manter financeiramente com a música. Foi aí que pensei: “Não preciso de um trabalho ‘normal’ se eu posso viver como cantor”.

Na sua opinião, tem algum paralelo que possa ser feito entre a biologia — que é o que você estudou na faculdade — e a música?

Acho que muito vagamente (risos). Meu cérebro funciona de uma forma muito lógica e científica. Era por isso que eu gostava tanto de estudar ciências. A música, por outro lado, tem um aspecto todo incalculado, maluco e espontâneo. Acho que meu processo é meio que balancear a minha parte lógica com a dedutiva e isso me ajuda a ter uma perspectiva diferente das coisas. Sempre que eu sento e deixo meu lado criativo fluir, eu paro e tento racionalizar depois. Às vezes eu mudo as coisas porque acho que não faz sentido, mas também há momentos em que mantenho tudo mesmo não fazendo sentido porque sinto que é certo. Entende? A parte racional do meu cérebro me afeta dessa forma, mas acho que nada sobre biologia realmente me ajude na música…

Pensando no que você aprendeu ao longo da vida, eu tenho outra pergunta. O clipe de “always, i’ll care”, lançado em fevereiro, foi co-dirigido e editado por você, né? Onde aprendeu isso?

Eu tenho gravado vídeos a minha vida toda. Lembro que ganhei uma câmera pequena quando tinha uns dez anos de idade. Eu saia com os meus amigos fazendo vídeos estúpidos por aí e editava tudo. Foi meio que o mesmo processo de quando comecei a fazer música no meu computador. Sempre fui interessado em gravar vídeos, tirar fotos e essas coisas. Não foi difícil para mim começar a dirigir meus próprios clipes. No passado, eu não tinha muitas pessoas para me ajudar com as coisas e acabei fazendo muitos vídeos por conta própria.

Outra faixa do álbum que ganhou um clipe foi “not ur friend”. O vídeo é super divertido e cheio de simbolismo. Pode comentar isso?

“Not Ur Friend” é sobre perceber que você é melhor sem um certo tipo de pessoa. Há uma cena em que eu apareço com a cabeça no meio de um sofá. Ela representa aquela sensação de estar em um ambiente sem ninguém te notar, estão literalmente sentando em mim. Acho que todo mundo já passou por algo parecido quando saiu com um grande grupo de amigos ou foi a uma festa como acompanhante de alguém. As cenas em que eu apareço flutuando são mais para brincar com os versos que dizem: “Se sente se precisar de alguém para se apoiar”. É como se eu estivesse me apoiando no nada e ainda permanecesse ali, sabe? São várias coisas malucas como essa, mas nós definitivamente focamos mais no visual do que no simbolismo do vídeo.

“Julia” é a sua música mais recente e ela faz parte do novo álbum. No Twitter, você chegou a dizer que ela é a sua favorita entre todas as que já lançou. Por que?

Porque ela veio muito perfeitamente e eu a escrevi de um jeito inesperado. Sou eu que produzo as minhas músicas, né? Aí no momento da produção me impressionei com a intensidade das emoções. Ficou melhor do que achei que ficaria. Além disso, é uma música muito importante para mim porque é sobre uma história muito específica e especial da minha vida. Na minha opinião, “julia” é muito fácil de ser visualizada desde a melodia até a produção e a letra. Eu nunca tinha entendido tão bem uma música. Sinto como seu eu realmente conseguisse vê-la.

Ao contrário de muitos artistas, você decidiu lançar o seu primeiro álbum durante a quarentena. Você acha que ele é bom para se ouvir em casa? Como você imagina as pessoas ouvindo as novas músicas?

Eu nunca vi as minhas músicas como algo para festas ou rolês com os amigos. Sempre imagino uma pessoa sozinha no quarto com fones de ouvido enquanto escuta o meu trabalho e, por isso, acho que esse é o momento perfeito para lançar o álbum. O disco é bastante introspectivo e faz as pessoas pensarem. Acredito que o ele tem muito a oferecer a vários tipos de pessoas. Ele pode satisfazer os que buscam batidas contagiantes e também quem gosta de separar um tempo para ouvir as canções e refletir durante esse período de isolamento.

 

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