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Será que a música te faz consumir coisas que você não precisa?

Viver com menos, viver pelo que realmente importa parece algo bem simples. Mas seguir estes valores em uma época que somos impactados para ostentar cada vez mais e acumular coisas, não é uma tarefa tão fácil. Um dia desses, madrugada adentro, eu comecei a ver um documentário no Netflix chamado “Minimalism”.

É a história de dois caras que tinham bons empregos: salários encorpados com bônus, aquela casa perfeita de revista e dinheiro para fazer qualquer coisa que desse na telha. O preço disso? Uma vida dedicada ao trabalho com jornadas absurdas. Por conta disso, ambos descontavam em compras supérfluas para satisfazer o vazio que batia a cada dia. O que isso tem a ver com música?

Quem acompanha e gosta de ouvir um som é constantemente estimulado a consumir. Seja ouvindo um funk do MC Zaac promovendo catuaba, a jaqueta de marca que está no clipe da Ariana Grande com o Future, ou ainda ser convidado para ver um pocket show da Anitta na inauguração de uma academia. Não estou dizendo que isso é errado, mas para o fã é entrar num círculo vicioso.

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A pessoa vê o seu ídolo viajando para tal lugar da moda, usando uma companhia aérea específica, jantando num restaurante com pratos incríveis, indo em tal festa onde todos estão e, claro, tudo isso sendo postado no novo celular que você não tem. Este impacto acontece a todo momento. Quando você menos perceber, já está pensando: Por que não investir em tais coisas? Afinal, o cartão de crédito está aí e eu posso parcelar em suaves prestações que nem vou sentir no bolso.

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Quando você notar, está gastando uma nota num frappuccino por mês em tal loja de café. Vai abrir o seu armário e ter uma dezena de camisetas com frases meio babacas que nem fazem muito sentido. No fim das contas, o pouquinho que você estava parcelando em seu cartão virou uma bola de neve, fica difícil de acompanhar uma timeline assim.

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Antigamente você precisava comprar uma revista para saber o que seu artista está fazendo por aí. Antes do seu café da manhã, ainda na cama, você sabe como foi a noite de cada um e onde ele vai almoçar. A informação é passada para você de uma forma rápida, a todo momento. Por isso, mesmo sem perceber, estamos comprando coisas sem algum sentido.

Eu não sou exemplo de minimalismo, mas gosto da sensação de viver com menos. Nas minhas últimas mudanças de casa, eu fiz esta experiência. Um bom exemplo é com a minha coleção de CDs. Como eu trabalhei em redação por muitos anos, era de praxe receber centenas de exemplares em minha mesa por mês.

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Eu selecionava o que curtia e levava para a casa. Quando fui ver, tinha quase uma parede forrada. Não ouvia nem 5% do que estava lá, mas era bacana ver aquilo na parede. Um dia eu parei, olhei para tudo aquilo e percebi que não fazia nenhum sentido manter uma parte da casa para COMPACT DISCS e comecei a desovar com amigos. Cheguei a trocar uns 15 CDs por um livro em um sebo. Hahaha! Hoje eu não tenho um CD em minha casa, prefiro carregar em meu celular.

Existe um ditado que diz: quanto mais chaves uma pessoa tem, mais complicada é a vida dela. Ter menos, significa precisar de menos dinheiro para manter o patrimônio, o que também demanda menos trabalho e menos preocupação. Você toparia uma vida dessas?

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O jornalista paulistano, produtor musical e marketeiro Brunno Constante analisa, pondera, escreve e traz novidades sobre música no Papelpop todas as terças-feiras.

Fita Cassete é o alterego de Brunno quando ele fala sobre o assunto.

Quer falar com ele? Twitter: @brunno.

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