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Estão espalhando cartazes acusando Meryl Streep de saber dos abusos de Harvey Weinstein (e não ter denunciado)

Os moradores de Los Angeles começaram a encontrar pelas ruas alguns cartazes estampados com o rosto da atriz Meryl Streep na terça-feira (19) com o intuito de criticá-la por causa das histórias de abuso e assédio sexual cometidos pelo produtor Harvey Weinstein.

As imagens mostram Meryl, que já teve filmes produzidos por Weinstein, ao lado dele e com o texto “She knew” (“ela sabia”) cobrindo os olhos da atriz — trata-se, de acordo com o The Hollywood Reporter, de “adaptações” de obras da artista Barbara Kruger, cujo trabalho tem como principal característica o uso das tiras em vermelho (não é a Barbara quem fez esses cartazes da Meryl, hein?).

Os cartazes fazem referência às acusações de que Meryl sabia do comportamento de Weinstein muito antes das histórias virem à tona neste ano, e que não falou nada a respeito disso. Quando os relatos de mulheres assediadas pelo produtor começaram a aparecer, Meryl disse:

“Uma coisa pode ser esclarecida. Nem todos sabiam. Harvey apoiava o trabalho intensamente, era exasperante, mas respeitoso comigo em nossa relação de trabalho e com muitas outras pessoas com quem trabalhou profissionalmente. Eu não sabia sobre essas outras ofensas: eu não sabia dos acordos financeiros com atrizes e colegas; eu não sabia que ele tinha reuniões particulares em seu quarto de hotel, seu banheiro ou de outros atos impróprios e coercitivos. E se todos soubessem, não acredito que todos os repórteres investigativos tenham negligenciado durante décadas escrever sobre isso.”

Recentemente foi divulgado que várias atrizes, incluindo Meryl, estão planejando usar trajes pretos no Globo de Ouro como forma de continuar chamando a atenção para a desigualdade de gênero e os assédios contra mulheres. A atriz Rose McGowan, que falou bastante sobre Weinstein e disse ter sido estuprada por ele, não gostou de Meryl estar envolvida nisso:

“Atrizes como Meryl Streep que trabalharam contentes para o ‘monstro porco’ vão usar preto no Globo de Ouro como um protesto silencioso. SEU SILÊNCIO é o problema. Vocês vão aceitar prêmios falsos e não vão causar nenhuma diferença. Eu desprezo a hipocrisia de vocês. Talvez todas devessem usar Marchesa [grife da ex-esposa de Weinstein]!”

Meryl respondeu Rose em um texto enviado ao HuffPost, reiterando que não sabia dos assédios do produtor:

“Machucou ter sido atacada por Rose McGowan nas manchetes da mídia durante o fim de semana, mas quero que ela saiba que eu nunca soube dos crimes de Weinstein, nem nos anos 1990 quando ela foi atacada ou nas décadas seguintes quando ele atacou outras pessoas. Eu não fiquei deliberadamente em silêncio. Eu não sabia. Eu não apoio o estupro. Eu não sabia. Eu não gosto de ver jovens mulheres sendo assediadas. Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu não sei onde Harvey vive e ele nunca esteve em minha casa. Nunca na minha vida fui convidada para seu quarto de hotel. Estive em seu escritório apenas uma vez, numa reunião com Wes Craven para ‘Música do Coração’ em 1998. Ele distribuiu filmes que fiz com outras pessoas. Harvey Weinstein não é um cineasta; muitas vezes foi produtor, e ele principalmente divulgava filmes feitos por outras pessoas – algumas boas, outras não. Mas nem todo ator, atriz e diretor que trabalhou num filme distribuído por Weinstein sabia que ele abusava de mulheres ou que havia estuprado Rose nos anos 90, assim como outras mulheres antes e depois, até que nos contaram. Não não sabíamos como eles compravam o silêncio dessas mulheres. HW precisava de nossa ignorância, pois nossa associação com ele trazia credibilidade, algo usado para atrair jovens mulheres em circunstâncias nas quais podia machucá-las. (…) Sinto muito que ela me veja como adversária, pois nós duas, junto com todas as mulheres em nosso trabalho, estamos lutando contra o mesmo inimigo: o status quo que deseja muito retornar aos tempos antigos, quando mulheres eram usadas, abusadas e impedidas de tomar decisões em grandes níveis da indústria. É aí que estão os encobrimentos. Esses lugares devem ser desinfetados e integrados, antes que qualquer coisa comece realmente a mudar.”

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